
O Bitcoin (BTC) opera em disparada nesta quinta-feira (22), desafiando a maré negativa dos mercados tradicionais e ignorando a aversão ao risco provocada por decisões fiscais nos Estados Unidos.
Por volta das 10:50, a maior criptomoeda do mundo subia 4,48%, cotada a R$ 111,259,2.
Em reais, o Bitcoin já vale R$ 632.450, conforme dados do Cointrader Monitor. O valor de mercado de todas as criptomoedas somadas chegou a impressionantes US$ 3,63 trilhões.
Fuga para ativos alternativos impulsiona o rali
O movimento ascendente ocorre num momento de crescente incerteza nos mercados globais, especialmente após a Câmara dos Representantes dos EUA aprovar um novo projeto orçamentário com corte de impostos, parte da agenda fiscal do ex-presidente Donald Trump, que reacende preocupações com a dívida americana e a inflação persistente.
Enquanto ações e outros ativos de risco reagem com cautela, o Bitcoin mostra resiliência e até um comportamento contracíclico.
“O descolamento em relação às bolsas evidencia que os investidores estão começando a ver o Bitcoin como uma espécie de porto seguro digital”, afirma Theodoro Fleury, diretor de investimentos da QR Asset.
Institucionais e regulação: os novos motores do cripto
Para Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, o atual rali tem raízes na crescente adoção institucional e no avanço regulatório. “A discussão no Senado americano sobre o projeto Genius Act, que estabelece regras para stablecoins, mostra que a era da regulação madura está se aproximando. Isso atrai grandes investidores e reduz o risco percebido”, destaca.
Prado também aponta que a inflação persistente nos EUA alimenta a narrativa do Bitcoin como proteção — não apenas contra políticas expansionistas, mas também como hedge contra a perda do poder de compra do dólar.
“Os US$ 113 mil parecem uma meta tangível até junho, mas o histórico do Bitcoin lembra que cada alta forte pode ser seguida por correções igualmente intensas”, pondera.
O CEO da Boost Research, André Franco, reforça que o movimento não é isolado: “Estamos vendo também uma valorização do ouro. Isso reforça a tese de que o mercado está buscando refúgios alternativos diante do aumento da volatilidade e da fragilidade fiscal global. O dólar mais fraco e a incerteza econômica só aumentam o apelo do Bitcoin no curto prazo.”