Tração renovada

Bitcoin dispara com payroll fraco nos EUA e mercado fala em corte duplo de juros

A criptomoeda atinge o maior nível em uma semana e reacende expectativas de novos recordes ainda em 2025.

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  • Bitcoin sobe após payroll dos EUA mostrar fraqueza no mercado de trabalho
  • Fed pode cortar juros já em setembro e abrir espaço para cortes adicionais até dezembro
  • Criptomoeda volta ao radar dos investidores como alternativa em meio a incertezas fiscais e políticas

O Bitcoin (BTC) voltou a ganhar tração no mercado global nesta sexta-feira (5), impulsionado pelos dados mais recentes do payroll nos Estados Unidos. A criptomoeda atingiu seu maior nível em uma semana, reativando o apetite de investidores que agora apostam quase em uníssono em cortes de juros pelo Federal Reserve.

O movimento levou o BTC a superar os US$ 113 mil, acumulando alta de mais de 2% nas últimas 24 horas, segundo dados da Binance. Ainda abaixo da máxima histórica de US$ 124,4 mil, registrada em agosto, o ativo volta ao radar como alternativa diante da incerteza econômica americana.

Fed pressionado e dólar em queda

O payroll de agosto mostrou criação de apenas 22 mil vagas, bem abaixo da mediana de projeções de 76 mil. Para os analistas, o dado fraco praticamente crava a decisão do Fed na reunião de setembro: cortar juros para tentar sustentar o mercado de trabalho.

Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, 97% do mercado projeta corte de 0,25 ponto percentual, mas parte dos investidores já especula um ajuste mais agressivo, de 0,50 ponto. A pressão sobre Jerome Powell aumentou após meses de dados fracos e críticas de Donald Trump sobre a condução da política monetária.

Com isso, o dólar perdeu força e os principais índices de Wall Street ensaiaram recuperação, abrindo espaço para ativos de risco como o Bitcoin.

Bitcoin ganha tração

O BTC foi direto beneficiário da mudança de humor do mercado. Investidores enxergam na criptomoeda um porto alternativo, principalmente em momentos de pressão fiscal e incerteza sobre a economia americana.

A leitura é simples: com juros mais baixos, o apetite ao risco aumenta e moedas digitais voltam ao radar. O fato de o payroll confirmar a desaceleração e de haver expectativa de inflação controlada reforça a narrativa otimista para o cripto.

Economistas apontam que, se o Fed cortar agressivamente os juros, o BTC pode voltar a flertar com o recorde de agosto já nos próximos meses.

Próximos gatilhos

Para o economista André Valério, do Inter, a inflação de agosto será determinante para calibrar a velocidade dos cortes. “Se o CPI vier contido, pode haver até três cortes até dezembro”, afirmou.

Nesse cenário, o Bitcoin ganharia ainda mais fôlego, com potencial de se tornar o grande destaque do mercado global até o fim do ano.

Ainda assim, analistas alertam para a volatilidade típica da cripto. Oscilações bruscas podem acontecer, principalmente se o Fed frustrar as expectativas na reunião de setembro.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.