
- Ibovespa cai quase 1% e renova mínimas, com pressão sobre Vale, Petrobras e aéreas
- Dólar dispara 0,83% e é negociado a R$ 5,713, mercado reage a expectativa de inflação nos EUA
- Índice de volatilidade da B3 (VXBR) salta 6,71%, refletindo tensão e incerteza nos mercados
A sexta-feira começou com forte instabilidade no mercado financeiro brasileiro. O Ibovespa, principal índice da B3, ampliou perdas ao longo da manhã e, às 11h03, recuava 0,99%, aos 137.164,10 pontos, registrando sucessivas mínimas nas primeiras horas do pregão. O clima tenso reflete a combinação de fatores internos e externos, como alta do dólar, aumento da volatilidade e desempenho fraco das blue chips.
Logo na abertura, o índice chegou a oscilar para território positivo, mas rapidamente inverteu o sinal diante da pressão vendedora sobre papéis de peso como Vale (VALE3), que recuava 1,20%, cotada a R$ 52,80.
As ações da Petrobras também operavam em baixa: PETR3 caía 0,54% e PETR4, 0,19%, refletindo oscilações nos preços do petróleo e cautela dos investidores com a política da estatal.
Desconfiança
As companhias aéreas ampliaram suas perdas: Azul (AZUL4), que nesta sexta-feira saiu de todos os índices da B3, registrava queda de 1,04%, enquanto Gol (GOLL4) recuava 0,77%, a R$ 1,29. O movimento sugere desconfiança sobre a recuperação do setor diante do cenário macroeconômico ainda incerto.
O dólar comercial, por sua vez, disparou. Às 10h57, a moeda norte-americana subia 0,83%, vendida a R$ 5,713, refletindo a cautela dos investidores em relação ao ambiente externo, principalmente com os dados de inflação nos Estados Unidos que serão divulgados ainda hoje.
O aumento da expectativa por juros elevados no país fortalece o dólar globalmente e afeta o apetite por ativos de risco em mercados emergentes.
Além disso, o VXBR — índice de volatilidade da Bolsa brasileira, também conhecido como “índice do medo”, avançava 6,71%, alcançando 17,18 pontos, o maior nível em semanas. A alta reflete o aumento da incerteza nos mercados locais e reforça o sinal de alerta entre os investidores.
Entre os setores, o varejo operava misto, com Magalu (MGLU3) e Americanas (AMER3) em alta de 1,10% e 0,96%, respectivamente, enquanto C&A (CEAB3) registrava queda de 0,34%. As siderúrgicas também cediam terreno: Gerdau (GGBR4) recuava 0,76% e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) tombava 1,72%.
Demais desempenhos
Os frigoríficos, por outro lado, apresentavam desempenho mais equilibrado. Minerva (BEEF3) subia 0,60%, enquanto Marfrig (MRFG3) recuava 0,58%. Já as ações da Eletrobras (ELET3 e ELET6) operavam em leve alta de 0,40% e 0,27%, respectivamente. Enquanto, os grandes bancos mostravam desempenho misto, com destaque positivo para Itaú (ITUB4), que subia 0,53%.
Apesar da instabilidade, alguns papéis ainda buscavam espaço para recuperação. Hapvida (HAPV3), por exemplo, subia 1,05%, cotada a R$ 2,88, mostrando reação após recentes quedas. O Índice de Small Caps (SMLL), que reúne empresas de menor capitalização, apresentava leve alta de 0,01%.
A combinação de aversão ao risco, pressão do dólar, aumento da volatilidade e queda das principais ações mantém o Ibovespa sob forte tensão. O cenário segue sensível a qualquer nova informação, especialmente aos dados de inflação norte-americanos e à percepção de risco fiscal no Brasil.