
- Novos mercados na Argentina e Paraguai ampliam monetização de cortes menos consumidos
- Empresas como BRF, Minerva e MBRF3 aparecem entre as mais beneficiadas
- Diversificação reduz riscos e reforça resiliência do agro brasileiro
O agro brasileiro voltou a surpreender com a abertura de novos mercados na Argentina e no Paraguai, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A medida, anunciada na última segunda-feira (8), adiciona mais força à balança comercial em um momento de incertezas globais.
Embora o volume inicial seja pequeno perto de gigantes como China e União Europeia, o impacto estratégico é relevante. Para o investidor, o efeito pode se refletir em companhias listadas na B3 que atuam diretamente no setor de proteína animal.
Empresas podem capturar margens maiores
Com a liberação, a Argentina passa a importar ovos em pó para ração e cortes de suínos menos consumidos no Brasil. Esse detalhe abre espaço para empresas como BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3) monetizarem produtos de menor valor agregado. O reflexo pode ser um ganho de margem em linhas que antes eram subaproveitadas no mercado doméstico.
Além disso, a recente fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF, que originou a MBRF3, cria uma plataforma ainda mais preparada para capturar essas oportunidades. O modelo de integração regional facilita ajustes logísticos e comerciais.
Portanto, esse avanço também dá ao setor mais previsibilidade em caixa e receita, fatores sempre valorizados pelo mercado financeiro. Assim, mesmo em escala reduzida, a abertura sinaliza uma leitura positiva para investidores.
Mercado olha para diversificação
O movimento chega em um momento em que tensões comerciais e protecionismo ganham espaço. Para o Brasil, diversificar destinos é uma forma de reduzir riscos e evitar choques externos que poderiam comprometer exportações.
A ampliação para países vizinhos fortalece a posição competitiva das companhias e melhora sua resiliência operacional. Ademais, investidores avaliam que, quanto mais pulverizado for o leque de compradores, menor é a dependência de acordos bilaterais frágeis.
Embora ainda seja cedo para estimar impacto em números, a sinalização estratégica tem peso. Por fim, o mercado deve reagir monitorando a capacidade dessas empresas em converter abertura em aumento real de faturamento.