
- Ibovespa recua aos 133 mil pontos com forte oscilação e instabilidade desde a abertura do mercado
- Dólar comercial sobe para R$ 5,72 e juros futuros avançam, refletindo tensão global e cautela dos investidores
- União Europeia promete resposta às tarifas dos EUA, e tensão geopolítica agrava volatilidade nos mercados
A quarta-feira (7) começou com forte instabilidade nos mercados financeiros brasileiros. O Ibovespa, principal índice da B3, chegou a operar em alta, mas rapidamente inverteu a tendência e caiu 0,18% às 10h45, marcando 133.279 pontos.
A queda acompanha um cenário global tenso, marcado pelo avanço do dólar comercial, a alta dos juros futuros e as incertezas geopolíticas envolvendo tarifas dos Estados Unidos e da União Europeia.
Enquanto o dólar comercial saltava para R$ 5,72, assim, refletindo maior busca por segurança em meio ao risco externo, os juros futuros também avançavam, pressionados por expectativas de manutenção do ciclo restritivo de política monetária tanto no Brasil quanto no exterior. A curva de juros precifica um ambiente de inflação persistente e de maior aversão ao risco.
Ao mesmo tempo, o índice VIX — conhecido como “índice do medo” — subia 0,28%, aos 24,83 pontos, sinalizando elevação da volatilidade nos mercados americanos, o que reverbera diretamente no comportamento dos ativos locais.
Ações oscilam e setores se dividem entre ganhos e perdas
Dentro do Ibovespa, o comportamento dos papéis nesta manhã revela um mercado sem direção clara. Ações de peso, como as da Petrobras, começaram o dia em alta, mas viraram para queda logo depois: PETR3 recuava 0,19% e PETR4, 0,23%.
A Embraer (EMBR3) também oscilava entre perdas e ganhos, enquanto os frigoríficos operavam de forma mista, com destaque para a leve alta da JBSS3 (+0,45%) e a queda da BRFS3 (-0,93%).
Entre as varejistas, o cenário era igualmente incerto: AMER3 caía 0,19%, AZZA3 recuava 1,01%, enquanto MGLU3 operava estável e PETZ3 subia 0,47%. Já o setor de siderurgia mostrava força com altas consistentes: CSNA3 (+0,64%), GGBR4 (+0,54%), GOAU4 (+0,48%) e USIM5 (+0,55%).
As ações de empresas aéreas, como AZUL4 (+0,69%) e GOLL4 (+1,67%), abriram em alta, acompanhando o recuo nos preços dos combustíveis nos mercados internacionais. O Carrefour (CRFB3) teve bom desempenho após divulgar seu balanço do primeiro trimestre, com ganhos de 0,58% logo na abertura.
Europa prepara retaliação a tarifas dos EUA e tensão externa eleva cautela
Um dos principais gatilhos para o mau humor do mercado nesta manhã é a tensão comercial crescente entre Estados Unidos e União Europeia. A chefe de comércio do bloco europeu afirmou que as contramedidas às tarifas americanas serão definidas nesta quinta-feira.
A possível retaliação aumenta o risco de uma escalada protecionista e coloca pressão sobre ativos considerados mais arriscados, como os de países emergentes.
Além disso, investidores acompanham atentamente o comportamento dos índices americanos e as projeções para os próximos passos do Federal Reserve. A combinação de juros altos, tensão geopolítica e incertezas econômicas provoca volatilidade nos mercados globais e o Brasil sente os reflexos de maneira intensa.
Com a primeira parcial do PTAX do dia indicando o dólar acima de R$ 5,73 para compra e venda, o Banco Central poderá intervir novamente com operações de swap cambial para conter a escalada da moeda.
A tensão se mantém alta e deve seguir até o fim da sessão, com os investidores buscando sinais mais concretos sobre o cenário internacional e a condução da política monetária.