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Bradesco aposta na virada da Centauro e vê alta de 45% nas ações da SBF (SBFG3)

Banco eleva recomendação para “compra” e afirma que Centauro e Nike Brasil estão perto de um ponto de inflexão nos lucros após anos de volatilidade.

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  • Bradesco BBI recomenda compra para SBF (SBFG3) e projeta alta de 45%.
  • Lucros e margens devem se recuperar a partir do 4º trimestre de 2025.
  • Nova gestão de Gustavo Furtado acelera eficiência e foco operacional.

O Bradesco BBI revisou sua visão sobre o Grupo SBF (SBFG3), dono da Centauro e da Nike Brasil, e passou a recomendar compra para o papel. O banco acredita que a companhia está muito próxima de um ponto de virada nos lucros e na precificação, marcando o início de uma nova fase de recuperação.

Além disso, a instituição elevou o preço-alvo da ação para R$ 17, o que representa potencial de valorização de 45%. Enquanto isso, os papéis subiam 2,3% nesta segunda-feira, impulsionados pela nova recomendação, com o Grupo SBF avaliado em R$ 2,95 bilhões na B3.

Lucros perto do ponto de inflexão

Segundo o analista Pedro Pinto, do Bradesco BBI, a produtividade de vendas da Centauro tem mostrado melhora consistente desde o primeiro trimestre. Essa tendência, afirma, deve continuar nos próximos períodos, sustentada pela retomada gradual da demanda.

Por outro lado, o desempenho da Nike Brasil deve atingir seu ponto mais baixo no terceiro trimestre, com recuperação prevista já para o quarto trimestre. O analista destaca que a empresa negocia hoje a 5,9 vezes o lucro estimado para 2026, o que representa um desconto de 30% em relação aos concorrentes.

Os níveis atuais de preço não refletem o potencial real de recuperação dos lucros. O avanço da margem deve se tornar visível a partir do quarto trimestre”, escreveu o analista no relatório. Assim, o Bradesco acredita que o pior momento já passou, especialmente para o canal atacadista da Nike, que apresentou sinais de reversão no segundo trimestre.

Nova gestão e foco em eficiência

O banco destaca que a Nike Brasil enfrentou volatilidade nos últimos três anos, pressionada pelo excesso de estoques, problemas logísticos globais e forte desvalorização do real. No entanto, esse cenário começa a mudar.

“Embora parte dos efeitos cambiais ainda pese sobre o lucro no terceiro trimestre, acreditamos que a tendência negativa deve se inverter até o segundo semestre de 2026”, explica o relatório. Com isso, o câmbio pode se tornar um vento a favor das margens, ajudando na retomada do crescimento.

Além disso, o novo CEO, Gustavo Furtado, tem acelerado medidas para simplificar as operações, reduzir custos e aumentar a produtividade nas lojas Centauro. O executivo também vendeu ativos não essenciais, como NWB e X3M, permitindo que a gestão concentre esforços nas principais bandeiras do grupo.

Potencial de valorização e cenário competitivo

O Bradesco BBI ressaltou que suas premissas são conservadoras, prevendo crescimento de vendas de um dígito e expansão moderada de margem em 2026. Mesmo assim, o banco vê o Grupo SBF como uma das oportunidades mais sólidas da Bolsa.

De acordo com o relatório, o papel tem uma assimetria positiva: pouco espaço para queda e margem significativa de valorização caso a recuperação de margens se confirme. Além disso, a nova estrutura de governança e o foco operacional devem melhorar a previsibilidade dos resultados nos próximos trimestres.

Por isso, o banco reforça que a ação tem potencial para subir até 45% nos próximos 12 meses, acompanhando a recuperação gradual da Centauro e a estabilização da Nike Brasil dentro do grupo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.