
A Braskem (BRKM5) informou nesta segunda-feira (7) que foi comunicada pela Novonor – em recuperação judicial – sobre um novo passo em uma potencial mudança na estrutura societária da companhia. A NSP Investimentos, também em recuperação judicial, e o fundo Petroquímica Verde FIP notificaram o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para solicitar aprovação prévia para a transação que pode envolver as ações da Braskem.
Essa negociação foi antecipada em fato relevante divulgado em 23 de maio de 2025, quando a Braskem apontou que a Novonor havia recebido uma proposta não vinculante de Nelson Tanure.
O plano seria transferir o controle indireto da Braskem para o fundo, reconfigurando a governança da empresa.
Contudo, a operação ainda enfrenta obstáculos importantes. Além da aprovação do CADE, é necessário que a Novonor cumpra suas obrigações perante a Petrobras — previstas no Acordo de Acionistas da Braskem — e conclua negociações com os bancos que detêm garantias fiduciárias das ações envolvidas.
O envolvimento de Tanure, conhecido por adquirir e reestruturar empresas em dificuldades, traz um viés estratégico. No entanto, seus avanços têm sido moderados, já que os credores da Novonor também têm interesse em definir outros destinos para as ações da Braskem.
Historicamente, a Novonor utilizou a participação na Braskem como colateral em empréstimos – chegando a apropriar-se de R$ 15 bilhões em garantias –, embora hoje esse valor cubra menos de um quarto da dívida original.
Em recuperação judicial desde o escândalo da Lava Jato, a Novonor (antiga Odebrecht) vem buscando formas de reestruturar seus ativos e dívidas. Uma eventual venda ou reorganização das ações que detém na Braskem é vista como uma das chaves para sua recuperação financeira — e pode também destravar valor na própria petroquímica, cuja estrutura de controle é considerada complexa e travada há anos.