
A Fitch Ratings anunciou o rebaixamento do rating da Braskem (BRKM5), na última terça-feira (27). A nota de crédito da companhia caiu de ‘BB+’ para ‘BB’, com perspectiva estável, sinalizando uma visão menos otimista sobre a recuperação financeira da empresa no curto prazo.
A decisão acompanha o movimento recente da S&P Global, que também reduziu a avaliação de risco da empresa, refletindo um cenário de maior cautela do mercado com os fundamentos da companhia.
Por que a Fitch rebaixou a Braskem?
De acordo com o relatório da agência, o motivo principal do rebaixamento foi o prolongamento do ciclo de spreads petroquímicos deprimidos, o que impacta diretamente a rentabilidade da Braskem.
Em outras palavras, a empresa está vendendo seus produtos com margens cada vez mais apertadas, sem a esperada recuperação.
“O perfil financeiro da Braskem enfraqueceu mais do que o projetado anteriormente”, afirmou a Fitch em nota oficial.
A revisão incluiu:
- O rating de emissor em moeda estrangeira (IDR) da Braskem: de ‘BB+’ para ‘BB’;
- Os ratings de dívida sênior sem garantia da Braskem America Finance Company e da Braskem Netherlands Finance B.V., que também foram rebaixados;
- O rating de dívida subordinada, que passou de ‘BB-’ para ‘B+/RR4’, indicando maior risco para os credores.
O cenário difícil da petroquímica
A Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, enfrenta um ambiente desafiador desde meados de 2023.
A queda na demanda global por produtos químicos, os altos custos operacionais e a volatilidade dos preços do petróleo – que afetam sua matéria-prima – vêm corroendo suas margens.
Além disso, a empresa ainda lida com passivos ambientais e jurídicos decorrentes do caso do afundamento do solo em Maceió (AL), o que adiciona incerteza ao seu horizonte financeiro.