
A Brava Energia (BRAV3) comunicou nesta quinta-feira (5) que o seu conselho de administração aprovou o ajuste da participação recíproca decorrente da incorporação da Enauta.
A operação tem dois principais objetivos:
- Eliminar a participação cruzada entre a Brava e a sua subsidiária Enauta Energia, conforme exigido pela Lei das S.A. (art. 244, §5º), que determina a extinção desse tipo de estrutura em até um ano após a incorporação — neste caso, até julho de 2025;
- Aumentar a liquidez da companhia por meio de instrumentos de mercado, preparando o terreno para uma estrutura de capital mais dinâmica.
Como será feita a operação?
A movimentação envolve duas frentes:
- Venda em bolsa das ações cruzadas: A Enauta Energia irá alienar no mercado todas as 9.480.932 ações ordinárias da Brava que possui. A operação será feita na B3, a preço de mercado, respeitando os limites e regras da Resolução CVM nº 77.
- Contratação de um derivativo de total return swap (TRS): A Brava Energia irá contratar um TRS com liquidação exclusivamente financeira, referenciado na recompra das mesmas 9,4 milhões de ações. A operação terá prazo estimado de 18 meses e tem como objetivo preservar o potencial de valorização das ações no período.
Por que isso importa para a Brava?
A estrutura societária da Brava foi impactada após a incorporação da Enauta em 2024.
Com a Enauta Energia mantendo ações da Brava em sua carteira, criou-se uma situação de participação recíproca, o que não é permitido por longos períodos segundo a legislação.
Agora, ao vender essas ações e, paralelamente, contratar um TRS, a Brava busca cumprir a exigência legal sem perder exposição ao próprio desempenho em Bolsa, além de ampliar a liquidez para potenciais movimentações estratégicas futuras.