
O BRB – Banco de Brasília (BSLI3) esclareceu, na última terça-feira (1°), não ter recebido qualquer notificação oficial do Banco Central (BC) sobre irregularidades na compra do Banco Master, como sugeriam notícias veiculadas na mídia.
O posicionamento foi motivado por um ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que pediu esclarecimentos sobre o caso.
“A Companhia reitera que segue cumprindo rigorosamente todas as obrigações regulatórias e legais aplicáveis, inclusive no âmbito das tratativas em curso relacionadas à eventual aquisição do Banco Master”, diz o banco em comunicado.
A alegação esclarecida pelo BRB foi publicada em uma reportagem do jornal O Globo. Na publicação, foi afirmado que uma auditoria do Banco Central teria identificado problemas na transação, o que colocaria em risco a aquisição de 58% do capital do Banco Master pelo BRB — incluindo 100% das ações preferenciais e 49% das ordinárias.
A reportagem ainda indicava que a operação estaria em estágio avançado e com suposta aprovação iminente do regulador, o que agora estaria ameaçado.
A operação
A compra do Banco Master pelo BRB, anunciada em março de 2025, é considerada uma das operações mais controversas do setor bancário nas últimas décadas. Avaliada em cerca de R$ 2 bilhões, a transação prevê a aquisição de 58% do capital do Master, incluindo 100% das ações preferenciais e 49% das ordinárias, e tem como objetivo fortalecer a atuação nacional do BRB, ampliando sua base de clientes e presença em áreas como crédito consignado, câmbio e banco digital.
Apesar de já ter recebido o aval do Cade, sem restrições, a operação ainda depende da aprovação do Banco Central, que analisa o negócio sob o ponto de vista regulatório.
Nos bastidores, o processo de due diligence revelou que o BRB deve adquirir apenas os ativos considerados mais sólidos da instituição, ficando de fora cerca de R$ 23 bilhões em ativos considerados de risco, como precatórios e CDBs de menor liquidez.
O caso, no entanto, não passou despercebido por órgãos de controle. O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e o Ministério Público Federal (MPF) abriram investigações para apurar possíveis falhas de governança e ausência de transparência na condução da operação.
A Justiça chegou a suspender temporariamente a assinatura do contrato, decisão que foi revertida dias depois pelo TJDFT, permitindo a continuidade das tratativas e a avaliação final pelo BC.