
- EUA sancionam Rosneft e Lukoil, responsáveis por mais de 50% da produção russa.
- Barclays prevê Brent acima de US$ 85 se exportações para a Índia forem suspensas.
- Licença temporária expira em 21 de novembro, e o mercado observa riscos crescentes.
As novas sanções dos Estados Unidos contra as principais petroleiras russas, Rosneft e Lukoil, podem pressionar o mercado global de energia e elevar o preço do Brent acima de US$ 85 por barril, segundo alerta do Barclays em relatório publicado nesta sexta-feira (24).
O banco avalia que a medida representa “uma mudança significativa na estratégia dos EUA” para tentar encerrar a guerra na Ucrânia, depois que os esforços diplomáticos falharam.
Risco de alta no petróleo
As duas companhias respondem por mais da metade da produção de petróleo bruto e condensado da Rússia. Para o Barclays, a imposição das sanções pode provocar rupturas no fornecimento global e aumentar o risco de escassez no curto prazo.
O relatório enfatiza que o mercado ainda reage com calma, mas alerta que uma interrupção prolongada das exportações russas pode gerar impacto direto nos preços.
Os analistas destacam que, se as exportações russas para a Índia forem totalmente interrompidas, o cenário global mudaria rapidamente:
“Isso eliminaria o superávit esperado para o próximo ano e elevaria o Brent acima de US$ 85/barril”, afirma o documento.
Licença temporária e prazo limitado
O Departamento do Tesouro dos EUA concedeu uma licença temporária válida até 21 de novembro, permitindo apenas transações de mitigação de risco e manutenção.
Após esse prazo, todas as negociações que beneficiem Rosneft, Lukoil e suas subsidiárias serão proibidas.
Além disso, apesar do alerta, o Barclays reconhece que parte do mercado segue cética quanto ao impacto efetivo das medidas.
Portanto, o setor de energia russo demonstrou resiliência desde 2022, mantendo exportações robustas mesmo sob sanções anteriores e ataques à infraestrutura.
Produção russa e estabilidade aparente
De acordo com dados do Barclays, as exportações totais de petróleo da Rússia têm se mantido estáveis: 6,9 milhões de barris por dia em 2025, contra 7,3 milhões em 2023 e 7,1 milhões em 2024.
Ainda assim, o banco alerta que o atual período de “calma aparente” pode terminar. Ademais, novas sanções que atinjam o sistema logístico e financeiro das petroleiras russas podem provocar isso.
Por fim, a escassez repentina de oferta pode reacender a volatilidade do mercado global e impulsionar os preços rapidamente.