
- BTG Pactual aposta em adquirência via BTG Pay e lança plataforma de cash management em 2026.
- Banco projeta crescimento acima de 20% na carteira de crédito e vê retomada no Investment Banking.
- Funding de varejo cresce 7,5 vezes desde 2020 e ações sobem quase 100% no ano.
O BTG Pactual (BPAC11) prepara para 2026 uma expansão focada em adquirência pelo BTG Pay, gestão de caixa corporativo e novas soluções digitais para empresas. O CEO Roberto Sallouti detalhou a estratégia durante a reunião anual com investidores realizada na última sexta-feira (28).
Segundo o executivo, o banco iniciou o “soft launch” na adquirência e acelerará os serviços para empresas, incluindo a plataforma de cash management em 2026. Sallouti afirmou que essas frentes serão fundamentais para ampliar penetração no varejo e fortalecer o posicionamento do BTG na próxima década.
BTG aposta em adquirência e caixa corporativo como motores de expansão
Sallouti afirmou que o banco iniciou a operação de adquirência com foco digital, antes de escalar para maquininhas físicas por meio do BTG Pay, solução que integra pagamentos online e presenciais. Ele reforçou que a vertical será essencial para aumentar a presença no varejo e expandir a base de serviços financeiros.
A nova plataforma de cash management permitirá que empresas centralizem extratos, saldos e informações de múltiplos bancos via Open Finance, consolidando o BTG como provedor completo de soluções corporativas. Assim, o executivo destacou que a plataforma digital para empresas já atingiu 65% da oferta planejada e deve avançar até 85% no curto prazo.

A estratégia inclui ainda expansão internacional, investimentos no banco em Luxemburgo e nos EUA, além da integração plena do Banco Pan, prevista para ser concluída até o fim de 2025. Desse modo, Sallouti ressaltou que o movimento fortalece a rede de serviços e abre espaço para novas linhas de receita.
Crédito deve crescer mais de 20% em 2026, com eficiência operacional em alta
O BTG Pactual projeta crescimento de acima de 20% na carteira de crédito em 2026, mantendo disciplina de capital e foco em segmentos como corporate, middle market, PMEs e mercados latino-americanos.
Nesse sentido, Sallouti afirmou que 2026 deve consolidar outro ano em que as receitas crescem mais que as despesas, ampliando a eficiência operacional.
Além disso, a instituição encerrou os nove meses de 2025 com ROE de 26,4% e índice de eficiência de 35,4%, o menor desde 2020. O CEO vê espaço para retomada no Investment Banking, especialmente se a queda de juros se confirmar e estimular operações de ECM.
Portanto, em Sales & Trading, o banco aposta em novas iniciativas envolvendo commodities, comércio exterior e geografias adicionais. Já no Asset Management, o interesse internacional pela América Latina deve apoiar nova rodada de expansão em 2026.
Funding ganha tração e ações disparam quase 100% no ano
Sallouti destacou a transformação estrutural no funding do BTG, impulsionada pelo crescimento exponencial dos depósitos de varejo. Desde 2020, essa base aumentou 7,5 vezes, elevando a participação do varejo de 12% para 28% dentro do funding total da instituição.
A aquisição da Sertrading, empresa de comércio exterior, reforça esse movimento ao ampliar fluxo de câmbio, serviços e acesso a multinacionais, além de impulsionar mercados como importação e leasing de aeronaves. Ademais, o CEO afirmou que decisões estratégicas de longo prazo estão começando a gerar ganhos visíveis.
Por fim, no mercado, as units do BTG Pactual acumulam 94% de valorização no ano, negociadas a R$ 54,15 nesta sexta-feira (29), próximas da máxima histórica de R$ 54,70. O desempenho supera amplamente o avanço de 33% do Ibovespa no mesmo período.