
O BTG Pactual decidiu reforçar sua presença no capital da Méliuz (CASH3) e agora detém uma fatia significativa da empresa de tecnologia voltada a soluções de cashback e serviços financeiros. Segundo comunicado, o banco passou a controlar cerca de 16.070.283 ações ordinárias da companhia — o que corresponde a 14,26% do total de papéis ON emitidos pela Méliuz.
Parte relevante desse incremento veio da subscrição de 2.835.000 ações no âmbito da recente oferta pública da Méliuz, equivalente a 2,52% do total de ações ordinárias da empresa.
Além disso, 6.628.769 ações estão vinculadas ao comunicado anterior feito pelo BTG ao mercado no dia 27 de maio.
Outros 6.606.514 papéis ordinários estão atrelados a operações com derivativos com liquidação financeira, o que reforça o caráter estratégico das movimentações realizadas pelo banco no mercado secundário.
Apesar da expressiva fatia adquirida, o BTG Pactual afirmou que a operação não tem como objetivo alterar o controle ou a estrutura administrativa da Méliuz. “A aquisição tem por objetivo a mera realização de operações financeiras”, explicou a instituição.
Por que o BTG Pactual aposta alto na Méliuz?
O aumento da participação do BTG Pactual na Méliuz não parece ser um movimento aleatório — e sim uma estratégia financeira bem calculada.
Desde outubro de 2024, o BTG atua como formador de mercado das ações da Méliuz (CASH3), o que já o posicionava de forma privilegiada para entender a dinâmica de liquidez e precificação dos papéis.
A partir dali, iniciou uma escalada gradual de participação, aproveitando momentos de volatilidade, especialmente com o uso de instrumentos derivativos com liquidação financeira — uma prática comum entre grandes instituições financeiras para capturar ganhos táticos no curto prazo.
Além disso, a oferta pública de ações realizada em junho abriu uma nova janela de oportunidade. A subscrição de mais de 2,8 milhões de ações mostra que o banco enxergou valor nos preços oferecidos. Mais do que isso, a entrada em um momento em que a Méliuz passa por reformulação estratégica, com foco em tecnologia e adoção de Bitcoin como parte de sua política de alocação de caixa, indica uma aposta no potencial de valorização futura da companhia.
Dessa forma, a Méliuz pode estar se tornando uma “pechincha” para investidores institucionais com apetite a risco e visão de longo prazo. Nesse cenário, o BTG aparece como um ator ativo, porém ainda alinhado a uma estratégia financeira sem intenção de interferência na gestão ou controle da empresa.