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BTG Pactual (BPAC11) conclui compra de 100% da JGP — confira detalhes

Banco amplia em 20% seu braço de private banking e family office

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BTGPactual
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O BTG Pactual (BPAC11) anunciou nesta terça-feira (8) a conclusão da compra de 100% do capital social da JGP Participações Patrimonial Ltda. e da JGP Gestão Patrimonial Ltda.

Com a transação — que vinha sendo negociada há quatro meses e não envolveu processo competitivo — o BTG incorpora R$ 18 bilhões em ativos sob assessoria e um time de 25 executivos, incluindo 12 sócios, liderados por Guilherme Araújo, Eduardo Ruhman, Patricia Varella e Eduardo Viana. Todos permanecem no negócio, com contratos de permanência de vários anos e, em alguns casos, tornando-se sócios do banco.

Embora o valor da compra não tenha sido revelado, o mercado especula que, aplicando o múltiplo usado na recente aquisição da operação do Julius Baer no Brasil (R$ 615 milhões por R$ 61 bilhões em ativos), a transação da JGP possa ter girado em torno de R$ 180 milhões.

Uma jogada estratégica em um mercado em transformação

O fundador da JGP, André Jakurski, continuará à frente da gestora, que manterá sob sua responsabilidade R$ 27 bilhões em ativos divididos entre fundos multimercado, ações, real estate e crédito — este último, o segmento que mais tem crescido na casa. Jakurski também assumirá o cargo de chairman do comitê de investimentos da área de family office do BTG, função que, segundo ele, representa um compromisso fiduciário com os clientes que acompanha desde 2007.

“A decisão de vender foi estratégica. O mercado de wealth está passando por uma consolidação intensa, e o fim dos fundos fechados mudou as dinâmicas. Hoje, administramos carteiras personalizadas, e estar no BTG nos dá acesso a operações e ativos que antes estavam fora do nosso alcance”, disse Jakurski ao Brazil Journal.

O plano do BTG

Com a incorporação, o BTG aumenta em cerca de 20% sua operação de private banking e family office, que agora se aproxima de R$ 120 bilhões em ativos. Somando todos os segmentos da área de wealth — incluindo o BTG Digital — o banco passa a administrar R$ 901 bilhões.

Segundo Rogério Pessoa, head da área de wealth do banco, essa aquisição faz parte do plano maior do BTG de liderar a consolidação do setor.

“Ter um family office que realmente funcione exige advogados, gestores, sistemas para múltiplas custódias… Isso custa caro. Quem não tem escala, não fecha a conta. E nós temos escala e infraestrutura. Somos um consolidadores naturais desse mercado”, afirmou o executivo.

Pessoa também destacou que o BTG deve agora voltar os olhos para transações fora do Brasil, sempre com foco em players que atendam clientes latino-americanos. Um exemplo já concretizado foi a compra da Greytown Advisors, com sede em Miami, e US$ 1 bilhão sob gestão.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.