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BTG Pactual vai incorporar o Banco Pan (BPAN4)? Rumores fazem ação saltar 6%

A união traria sinergias de custo e ganhos fiscais importantes, além de consolidar a estrutura das duas instituições sob uma mesma direção

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Cartao Banco Pan 3
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Os rumores de que o Banco Pan (BPAN4) será incorporado pelo BTG Pactual (BPAC11) pode ser oficializada nos próximos dias. É o que se discute nos bastidores do mercado. Por conta disso, as ações BPAN4 dispararam mais de 6% na última terça-feira (3), cotadas a R$ 9,43.

Com isso, o volume negociado das ações do Pan atingiu R$ 31,1 milhões — o dobro da média dos últimos cinco pregões e o triplo da média dos últimos 30 —, um claro indicativo do aumento da especulação entre investidores.

Atualmente, o BTG detém 76,9% do capital do Banco Pan e, para concluir a incorporação, precisaria lançar uma oferta pública pelas ações em circulação (free float), que correspondem a 21,6% do total.

A operação precisaria ser aprovada por dois terços desses acionistas, cujo perfil é majoritariamente de investidores pessoa física com posições históricas no papel.

Segundo apuração do Brazil Journal, a incorporação é tratada como inevitável:

“Todo mundo sabe que isso deve acontecer, porque não faz sentido nenhum um banco listado ser controlador de outro banco listado e não aproveitar todas as sinergias de ter uma plataforma única. A grande dúvida sempre foi o timing”, disse uma fonte ao site.

Do ponto de vista estratégico e operacional, a fusão faz todo sentido. A união traria sinergias de custo e ganhos fiscais importantes, além de consolidar a estrutura das duas instituições sob uma mesma direção — algo que já vem ocorrendo na prática.

Em fevereiro, o BTG trocou o comando do Pan e nomeou André Luiz Calabro como CEO.

Calabro já atuava no BTG há dois anos. Além dele, diversos executivos do BTG passaram a ocupar funções-chave no Pan: Christian Flemming (CTO), Bruno Duque (diretor jurídico), Mariana Cardoso (compliance) e Bruno Peuker (banking B2C).

“O Pan já está operando hoje com uma estrutura quase matricial, com quase todas as suas áreas de negócio e suporte respondendo às áreas equivalentes do BTG. Só a área de crédito ainda tem uma estrutura própria”, revelou uma fonte próxima à gestão.

O movimento atual coroa uma trajetória de aproximação que se intensificou nos últimos anos.

O BTG é acionista do Pan desde 2011, mas só assumiu o controle em 2021, ao comprar a fatia da Caixa Econômica Federal. Desde então, ampliou sua participação de 44% para os atuais 76,9%.

Na comunicação institucional, o alinhamento também é evidente. Em teleconferências de resultados, o CEO do BTG, Roberto Sallouti, já se refere ao Pan como uma “marca do grupo” e destaca a complementaridade entre as plataformas — com o Pan focado em um público de renda mais baixa e o BTG em clientes de alta renda.

O único elemento em aberto, segundo analistas, é o prêmio que o BTG estaria disposto a pagar aos acionistas minoritários.

Com valor de mercado atual de R$ 11,79 bilhões e valorização de 52% no ano, uma oferta pelos 21,6% do capital poderia movimentar cerca de R$ 2,59 bilhões.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.