
- BTG mantém recomendação de compra e projeta PRIO3 a R$ 65,00 nos próximos 12 meses.
- Produção de Wahoo deve começar em março de 2026 e reduzir custos operacionais.
- Lucro caiu 54%, mas banco vê fundamentos sólidos e geração de caixa robusta.
O BTG Pactual reafirmou sua confiança na petroleira Prio (PRIO3) após a divulgação do resultado do segundo trimestre de 2025. Mesmo com números mais fracos, o banco manteve a recomendação de compra para os papéis e elevou a expectativa de valorização para os próximos doze meses.
Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (7), o banco estima que as ações possam atingir R$ 65,00, o que representa um potencial de alta de aproximadamente 60% em relação à cotação atual, de R$ 40,62. O principal gatilho seria o início da produção no campo de Wahoo em 2026.

Produção estável e sinergias em avanço
De acordo com os analistas, a produção da Prio deverá se estabilizar no segundo semestre, criando as bases para um ciclo consistente de geração de caixa. A média atual é de 100 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), patamar considerado sólido pela equipe do BTG.
Sendo assim, embora os custos de lifting tenham subido 8% no trimestre, alcançando US$ 13,8 por barril, os analistas atribuem a alta à consolidação do campo de Peregrino e à menor produção temporária no campo de Frade. Para o banco, a tendência é que os custos voltem a recuar nos próximos trimestres.
Desse modo, segundo o relatório, a entrada em operação de Wahoo deve ser determinante. Com esse novo campo, os custos de produção devem voltar a patamares de um dígito. A empresa espera receber a licença de instalação em setembro e extrair o primeiro óleo em março de 2026.
Resultados mais fracos já estavam no radar
Na noite da última terça-feira (5), a Prio divulgou seu balanço do segundo trimestre. O lucro líquido ajustado foi de US$ 122,5 milhões, queda de 54% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda ajustado chegou a US$ 260 milhões, com margem de 55%.
Além disso, apesar do recuo, os analistas do BTG afirmaram que os números vieram dentro do esperado. O período foi marcado por paradas operacionais planejadas e pela queda no preço do petróleo Brent, fatores que já haviam sido precificados pelo mercado.
Ainda assim, o relatório do banco reforça que a geração de caixa da companhia segue saudável. Portanto, a expectativa é que, com a estabilidade produtiva no segundo semestre, os resultados voltem a ganhar tração a partir do quarto trimestre.
Potencial de valorização impressiona analistas
O preço-alvo de R$ 65,00 embute um potencial de valorização de cerca de 60%, com base na cotação atual. Para o BTG, a Prio continua sendo uma das ações mais atrativas do setor de óleo e gás na Bolsa brasileira.
Ademais, segundo os analistas, as sinergias entre os ativos de Peregrino e o ramp-up de Wahoo devem impulsionar um fluxo de caixa livre de até 90% entre 2026 e 2028. Esse número é considerado elevado mesmo para empresas do setor, o que torna a tese ainda mais sólida.
Por fim, o relatório também cita a disciplina de capital da companhia como diferencial competitivo. A estratégia focada em ativos de alto retorno e o controle dos custos operacionais são vistos como pontos de sustentação para o crescimento da ação no médio prazo.