
- A Telefônica lucrou R$ 1,34 bilhão no 2T25, 8% abaixo das projeções do BTG, impactada por despesas financeiras elevadas.
- Mesmo com o lucro mais fraco, a ação VIVT3 oferece dividend yield estimado de 8,5% para 2026.
- Modelo estável, forte geração de caixa e perfil conservador mantêm a Telefônica como aposta segura entre as empresas de telecom.
A Telefônica Brasil (VIVT3), controladora da marca Vivo, divulgou um lucro líquido de R$ 1,34 bilhão no segundo trimestre de 2025. O valor representa uma queda de 8% em relação às projeções do BTG Pactual, que apontava para um resultado mais robusto no período.
Apesar disso, a operadora conseguiu apresentar uma receita de serviços levemente acima do esperado, o que sustenta a tese de que a empresa segue resiliente. Para os analistas, o modelo de negócios da companhia continua sólido, com potencial de geração de valor ao acionista nos próximos anos.
Lucro decepciona, mas fundamentos seguem fortes
O BTG Pactual classificou o desempenho financeiro da Telefônica como misto. Embora a receita tenha superado as expectativas, o lucro foi pressionado por despesas financeiras acima do previsto. Esse fator reduziu a margem líquida do trimestre e impactou a percepção inicial do mercado.
Mesmo assim, a geração de caixa permanece robusta. O fluxo de caixa operacional sustentou investimentos e garantiu distribuição consistente de dividendos, uma característica que atrai investidores com perfil mais conservador. Isso mostra que o balanço da empresa ainda entrega valor, mesmo em contextos adversos.
Segundo o relatório do BTG, o lucro mais fraco não compromete o longo prazo. “A Vivo reforça sua posição como nome defensivo entre as teles”, escreveram os analistas. O banco ainda projeta dividend yield de 8,5% em 2026 para as ações VIVT3.
Dividendos e perfil defensivo impulsionam confiança
A perspectiva de pagamento de dividendos expressivos é um dos pilares da tese sobre VIVT3. Em tempos de juros elevados e incertezas econômicas, empresas que entregam renda previsível ganham espaço nas carteiras. Por isso, a ação da Telefônica tem sido apontada como porto seguro.
Com um modelo de negócios focado em serviços essenciais, como telefonia e internet, a empresa exibe menor volatilidade em comparação a outros setores. Além disso, a estabilidade da base de clientes contribui para uma receita recorrente e menos sujeita a choques bruscos.
O relatório do BTG reforça esse ponto, destacando a consistência dos resultados operacionais e a disciplina financeira. Esses elementos justificam a manutenção da recomendação positiva para o papel, mesmo após um trimestre aquém do esperado no lucro líquido.
Concorrência e cenário setorial
No mercado de telecomunicações, a Telefônica disputa espaço com TIM (TIMS3) e Claro. No entanto, a Vivo se destaca por sua ampla cobertura, qualidade dos serviços e marca consolidada. Esses fatores ajudam a empresa a reter clientes e manter a liderança em segmentos-chave.
Além disso, a estratégia da companhia tem priorizado a digitalização e o avanço no 5G. Essas iniciativas devem impulsionar a eficiência operacional e abrir novas frentes de receita nos próximos trimestres. Ainda assim, o setor segue pressionado por margens apertadas e alto nível de regulação.
Apesar dos desafios, a Telefônica exibe vantagens competitivas sustentáveis. A empresa opera com baixa alavancagem e possui capacidade de investir sem comprometer sua estrutura financeira. Isso reforça sua atratividade no médio e longo prazo, principalmente para quem busca previsibilidade.