
- Mapa Capital converte debêntures em ações e passa a deter 85,5% da Casas Bahia (BHIA3).
- Operação reduz dívida em R$ 1,6 bilhão e deve cortar R$ 230 milhões por ano em custos financeiros.
- Empresa espera acelerar recuperação com foco em rentabilidade e eficiência.
A Casas Bahia (BHIA3) anunciou um movimento considerado decisivo para sua recuperação financeira: a gestora Mapa Capital converteu debêntures que detinha na varejista em ações ordinárias, assumindo a posição de maior acionista individual da companhia. A participação passa a ser de cerca de 85,5% do capital.
Nesse sentido, a operação reduz o endividamento da empresa em R$ 1,6 bilhão e deve gerar economia anual estimada em R$ 230 milhões com despesas financeiras. Segundo a administração, trata-se de um passo estratégico para acelerar o plano de transformação iniciado há quase dois anos.
Reforço de capital e confiança do investidor
A conversão das debêntures em ações já era esperada pelo mercado e ocorreu após acordo da Mapa Capital com Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), antigos detentores dos títulos. Com isso, a estrutura de capital da Casas Bahia fica mais enxuta e menos dependente de recursos de terceiros.
Além disso, o presidente do Grupo, Renato Franklin, destacou que a medida reduz significativamente o custo financeiro, fator considerado crítico em um cenário macroeconômico de juros elevados. “É uma mudança que melhora nossa capacidade de investimento e fortalece a execução da estratégia de recuperação”, afirmou.
Desse modo, pela visão da Mapa Capital, a decisão traduz confiança no potencial da marca e na condução atual da gestão. O sócio da gestora, Fernando Beda, afirmou que os resultados operacionais recentes indicam que a companhia está no caminho certo para retomar crescimento e rentabilidade.
Reestruturação em andamento
Desde agosto de 2023, a Casas Bahia implementa um amplo plano de reestruturação. As medidas incluem cortes de custos, ganho de eficiência operacional, maior disciplina na alocação de capital e foco em rentabilidade. Entre os avanços apontados pela administração estão a melhora no fluxo de caixa livre, expansão das margens, redução de estoques e aumento de produtividade.
Ademais, a empresa também afirma ter conquistado participação de mercado em categorias estratégicas, o que reforça sua capacidade de competir em um ambiente de consumo mais restrito. A estratégia tem sido acompanhada de ajustes na operação física e digital para aumentar sinergias e reduzir sobreposições.
Portanto, o presidente do Conselho de Administração, Renato Carvalho, considera a conversão das debêntures um reconhecimento ao trabalho realizado. “Estamos consolidando uma estrutura de capital mais eficiente, com governança fortalecida e foco na criação de valor sustentável para todos os stakeholders”, disse.
Próximos passos e expectativas
Com a injeção de fôlego financeiro e a redução expressiva do endividamento, a expectativa da Mapa Capital e da própria administração é acelerar o ritmo de recuperação da companhia. Isso inclui a abertura para novas oportunidades de valorização, seja por meio de expansão de canais, lançamento de produtos ou melhorias nos serviços financeiros.
Além disso, o mercado acompanha de perto os desdobramentos, já que o fortalecimento do caixa e a diminuição de despesas financeiras tendem a gerar impacto positivo no desempenho operacional. Analistas apontam que, se a empresa mantiver o ritmo de execução, pode reverter a percepção negativa que pesou sobre suas ações nos últimos anos.
Por fim, a Mapa Capital reiterou compromisso com as melhores práticas de governança e valorização da equipe de gestão. A gestora também indicou que participará ativamente das decisões estratégicas, reforçando o alinhamento de longo prazo com os objetivos da Casas Bahia.