
- Casas Bahia é alvo de ação de despejo por dívida de R$ 1,09 milhão no Salvador Shopping.
- Shopping cobra rescisão contratual e multas previstas, com base na Lei de Locações.
- Via Varejo tenta reestruturar a operação em meio à crise e renova o Conselho de Administração.
A Casas Bahia (BHIA3), uma das maiores redes de varejo do país, enfrenta uma ação de despejo por falta de pagamento movida pelo Salvador Shopping, na capital baiana. O processo, que envolve valores superiores a R$ 2,7 milhões, marca mais um capítulo delicado na crise financeira da companhia controlada pela Via Varejo S/A.
O contrato de locação comercial, firmado entre as partes desde 2009, foi renovado em dezembro de 2023 por mais cinco anos. No entanto, segundo a administração do shopping, a empresa deixou de cumprir as obrigações contratuais, acumulando dívida atualizada de R$ 1,09 milhão.
Ação judicial e detalhes do contrato
De acordo com os autos, a locação diz respeito a um salão no Piso G2 do Salvador Shopping, com aluguel mensal de R$ 216,8 mil, valor reajustado por índice ou equivalente a 1,5% sobre as vendas brutas da loja, o que for maior.
A administração do shopping afirma que os atrasos configuram violação contratual, permitindo a rescisão e o pedido de despejo imediato, conforme a Lei nº 8.245/91 (Lei de Locações). O contrato prevê multa de 10% sobre o débito, juros de 1% ao mês e correção pelo IGP-DI.
Além da desocupação do imóvel, o processo judicial pede o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios calculados em 20% do valor devido. A Globex Administração e Serviços Ltda., fiadora da operação, também será notificada para responder à ação.
Crise financeira e reestruturação
O caso ocorre em meio à tentativa da Via Varejo de reorganizar as finanças da Casas Bahia, após sucessivos prejuízos e fechamento de lojas em várias capitais. A ação judicial reacende o debate sobre a solidez operacional da companhia, que enfrenta queda nas vendas e aumento do endividamento.
Além disso, a empresa tem até o fim do mês para apresentar defesa e negociar possíveis acordos com o shopping. Caso contrário, o processo poderá resultar em ordem judicial de despejo e execução dos valores devidos.
Portanto, em meio à crise, a varejista tenta restaurar a confiança do mercado e ajustar sua governança. Recentemente, André Helmeister e Jackson Schneider foram eleitos para o Conselho de Administração, reforçando o corpo executivo com foco em reestruturação e eficiência.
Nova composição do conselho
A atual composição do Conselho de Administração ficou assim:
- Renato Carvalho do Nascimento, presidente e membro independente
- André Luiz Helmeister
- Claudia Quintella Woods, membro independente
- Fernando Beda
- Jackson Medeiros de Farias Schneider, membro independente
- Raphael Oscar Klein
- Rogério Paulo Calderón Peres, membro independente
Por fim, com o reforço, a companhia espera reverter o prejuízo líquido acumulado em 2025 e acelerar o plano de recuperação, que inclui redução de custos e renegociação de dívidas.