Impulso para o varejo

Casas Bahia (BHIA3) fecha aliança com Mercado Livre (MELI34) e vira o jogo na B3; mas MGLU3 despenca

Nova parceria entre Casas Bahia (BHIA3) e Mercado Livre (MELI34) agita o varejo digital e derruba concorrentes diretos como Magazine Luiza (MGLU3).

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casas bahia megaloja divulga corte
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  • Casas Bahia (BHIA3) dispara após anunciar parceria de longo prazo com o Mercado Livre (MELI34).
  • Analistas veem movimento como positivo para BHIA3 e pressão sobre MGLU3 e Shopee.
  • Acordo fortalece modelo multicanal e pode gerar ganhos logísticos e comerciais antes da Black Friday 2025.

O Grupo Casas Bahia (BHIA3) anunciou nesta quinta-feira (23) uma parceria comercial com o Mercado Livre (MELI34) que promete redefinir a disputa no varejo online brasileiro. A partir de novembro, os produtos das categorias principais da varejista, eletrodomésticos, eletrônicos e móveis, serão vendidos na plataforma do gigante argentino.

O anúncio animou os investidores e fez as ações da Casas Bahia dispararem 9,21%, cotadas a R$ 3,44, às 10h49. Já Magazine Luiza (MGLU3) registrou queda de 6,35%, negociada a R$ 7,81, refletindo o temor de perda de espaço num mercado cada vez mais concentrado.

Acordo chega em momento decisivo para o varejo

A nova parceria foi recebida como uma jogada estratégica para ampliar o market share de ambas as empresas no setor de bens duráveis. Para o Mercado Livre, o acordo fortalece sua presença em segmentos de alta demanda e maior ticket médio, enquanto a Casas Bahia ganha capilaridade e acesso a milhões de novos consumidores.

De acordo com a Genial Investimentos, a movimentação reforça o processo de reposicionamento operacional da BHIA3, que tenta reverter anos de queda nas margens e reequilibrar seu modelo de negócios. “O acordo melhora o giro de estoques, amplia o alcance digital e traz ganhos logísticos no curto prazo”, avaliou a casa.

A parceria também ocorre em um período estratégico, às vésperas da Black Friday, quando o consumo de eletrônicos e eletrodomésticos tende a disparar. A expectativa é de que a integração entre os canais acelere o tráfego e impulsione as vendas já no quarto trimestre.

Análise dos bancos e impacto em rivais

O Bradesco BBI classificou a iniciativa como vantajosa para ambos os lados, destacando que o Mercado Livre reforça sua oferta em bens duráveis enquanto a Casas Bahia fortalece sua operação multicanal. Nesse sentido, a análise indica que o acordo reforça o “posicionamento estratégico de cada empresa em seus núcleos de valor”.

Ainda assim, o movimento pode pressionar o Magazine Luiza (MGLU3), que atua justamente nas mesmas categorias. O BBI observa que a parceria “aumenta o poder competitivo dos dois grupos”, num momento em que o consumo das famílias segue enfraquecido. A corretora também vê efeitos sobre a Shopee, que ainda engatinha nas vendas de produtos de maior valor agregado.

Desse modo, o Citi foi além e incluiu um catalisador negativo de 30 dias para MGLU3, sinalizando que o impacto pode reduzir o desempenho de curto prazo da empresa diante da força combinada de BHIA3 e MELI34.

O que muda para as empresas

Segundo a Ativa Investimentos, o acordo é um ganha-ganha, unindo a expertise logística da Casas Bahia à escala e alcance digital do Mercado Livre. Para a BHIA3, a parceria deve significar ganhos de volume, redução de custos e melhor eficiência operacional.

Do lado do Mercado Livre, os analistas afirmam que o impacto imediato deve ser limitado, mas positivo no médio prazo, já que amplia o portfólio da companhia em áreas que não eram foco principal. Ademais, a Ativa manteve recomendação de compra para MELI34, reforçando a força de seu ecossistema.

Por fim, para o Santander, o acordo fortalece o poder de barganha da Casas Bahia junto a fornecedores e melhora sua alavancagem operacional. Além disso, o banco acredita que o movimento “tornará o Mercado Livre ainda mais completo ao incluir um dos maiores players nacionais em bens duráveis”.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.