
- Banco do Brasil (BBAS3) despenca 14% após resultados abaixo das expectativas e preocupações com inadimplência no setor agropecuário
- BRF (BRFS3) recua 4%, pressionada por custos operacionais elevados e volatilidade cambial
- Dólar comercial avança a R$ 5,70, refletindo a cautela dos investidores diante do cenário econômico e político
O Ibovespa iniciou esta sexta-feira (16) em forte queda, refletindo a reação negativa dos investidores aos resultados do primeiro trimestre de 2025 de empresas como Banco do Brasil (BBAS3) e BRF (BRFS3). Às 10h48, o principal índice da B3 recuava 1,14%, aos 137.750,18 pontos, após atingir a mínima de 137.733,08 pontos.
O dólar comercial avançava 0,19%, sendo negociado a R$ 5,691 na venda. Enquanto, os juros futuros operavam de forma mista, refletindo a cautela dos investidores diante do cenário econômico.
As ações do Banco do Brasil despencaram 14% após a divulgação de um lucro de R$ 9,5 bilhões no primeiro trimestre, número que, embora expressivo, ficou abaixo das expectativas do mercado.
Analistas apontam preocupações com a inadimplência no setor do agronegócio e a perspectiva de margens mais apertadas nos próximos trimestres como fatores que contribuíram para a queda.
Aumento dos preços
A BRF também registrou queda de 4% em suas ações, impactada por resultados abaixo do esperado e pela pressão nos custos operacionais. A empresa enfrenta desafios relacionados ao aumento dos preços de insumos e à volatilidade cambial, que afetam sua competitividade no mercado externo.
Outras empresas também influenciaram negativamente o desempenho do Ibovespa. As ações da Vale (VALE3) renovaram mínimas, caindo 0,90%, enquanto a Eletrobras (ELET3) recuava 1,68%. A Petrobras (PETR3) operava em queda de 0,85%, refletindo a instabilidade nos preços do petróleo e preocupações com a política de preços da estatal.
No setor de varejo, as ações apresentavam desempenho misto. A Magazine Luiza (MGLU3) caía 2,16%, enquanto a Lojas Renner (LREN3) subia 0,75%. O setor enfrenta desafios com o aumento da concorrência e a mudança nos hábitos de consumo dos brasileiros.
Em contrapartida, algumas empresas registraram ganhos significativos. As ações da Marfrig (MRFG3) operavam em leilão após alta de 22,94%, impulsionadas por resultados positivos no trimestre. A Méliuz (CASH3) avançava 27,43%, refletindo a recuperação nas receitas e a expansão de sua base de usuários.
O cenário macroeconômico também contribui para a volatilidade do mercado. A inflação medida pelo IGP-10 registrou queda inesperada em maio, recuando pelo segundo mês consecutivo, o que pode influenciar as expectativas em relação à política monetária do Banco Central.
Além disso, o Itaú reduziu sua projeção para a taxa Selic em 2025, passando a prever a manutenção dos juros pelo restante do ano, o que pode impactar as decisões de investimento e o desempenho das empresas listadas na bolsa.