Alívio comercial

China surpreende e leva mercado ao maior pico desde 2015; entenda

Índice de Xangai subiu 0,85% nesta segunda-feira, impulsionado por trégua tarifária e liquidez abundante.

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Crédito: Depositphotos
  • Índice de Xangai subiu 0,85% e atingiu maior nível desde agosto de 2015
  • Capitalização do mercado chinês ultrapassou 100 trilhões de iuanes pela primeira vez
  • Analistas veem melhora geopolítica e maior confiança dos investidores domésticos como fatores decisivos

As bolsas da China atingiram nesta segunda-feira (18) o maior nível em uma década, com o índice de Xangai subindo 0,85%. O movimento reflete o alívio nas tensões comerciais e a liquidez crescente que tem sustentado os mercados locais.

Foi o ponto de maior valorização desde agosto de 2015, ampliando um ciclo de ganhos que já levou a capitalização do mercado acionário chinês a superar os 100 trilhões de iuanes (US$ 13,9 trilhões).

Força dos índices

Além do Xangai Composite, o CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,88% e alcançou o maior nível em dez meses. Já o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 0,37%, mostrando desempenho divergente.

Assim, o índice de referência de Xangai acumula alta de cerca de 22% desde abril, quando registrou mínima no ano. A recuperação foi sustentada pela trégua comercial entre China e Estados Unidos e por medidas internas para conter concorrência excessiva.

Desse modo, segundo operadores, a rotação de fundos de títulos para ações também ajudou a ampliar a liquidez e impulsionar os preços.

Capitalização recorde

O mercado acionário chinês, que reúne mais de 5.400 empresas listadas, ultrapassou pela primeira vez a marca de 100 trilhões de iuanes em valor de mercado. O feito reflete tanto a valorização das ações quanto o crescimento do número de companhias listadas nos últimos dez anos.

Além disso, essa marca simbólica fortalece a confiança de investidores domésticos e internacionais. Logo, o recorde ainda é visto como sinal de maior estabilidade após anos de forte volatilidade no mercado acionário da China.

Portanto, a conquista reforça o papel do país como potência financeira, em meio a uma disputa geopolítica que segue no centro das atenções globais.

Visão dos analistas

Para Winnie Wu, analista-chefe de ações do Bank of America para a China, a melhora recente está ligada ao alívio geopolítico e ao direcionamento mais claro da política econômica de Pequim.

Ademais, segundo ela, a redução do prêmio de risco das ações abriu espaço para uma reavaliação ampla do mercado, mesmo sem fundamentos sólidos para justificar toda a alta.

Por fim, Wu destacou que a confiança renovada do investidor de varejo doméstico foi essencial para a disparada, impulsionando fluxos adicionais para a bolsa chinesa.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.