
- Citi elevou recomendação de BBAS3 para compra e revisou preço-alvo para R$ 29.
- Pacote de socorro rural do governo deve reduzir provisões e ampliar capital do banco.
- Lucro líquido pode chegar a R$ 29,3 bilhões em 2026, segundo projeção do Citi.
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) dispararam após o Citi mudar sua recomendação de “neutra” para “compra”. O preço-alvo foi revisado de R$ 22 para R$ 29, o que representa um potencial de valorização de cerca de 30%.
Às 13h36, os papéis do banco estatal subiam 1,9%, cotados a R$ 22,29. O Citi avaliou um cenário mais favorável após as medidas de socorro do governo Lula. Desse modo, as ações podem reduzir riscos de crédito e fortalecer a base de capital.
Por que o Citi mudou a recomendação
O Citi destacou que o pacote de R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas de produtores rurais, assinado em setembro por Lula, pode trazer efeitos positivos já em 2025.
Segundo os analistas, além de receitas marginais, o banco deve se beneficiar de uma base de capital mais robusta e de custos de provisão normalizados.
“Uma adição relevante ao programa poderia normalizar o custo de risco do BB, o que pode se traduzir em lucros acima das estimativas do consenso para 2026”, escreveram os analistas em relatório.
Expectativas para 2025
De acordo com o Citi, o terceiro trimestre deste ano deve marcar o ponto mais fraco em lucratividade para o Banco do Brasil.
Além disso, a projeção é de que as provisões atinjam cerca de R$ 16 bilhões no período, ligeiramente acima dos R$ 15,9 bilhões registrados no 2T25.
Apesar do cenário ainda desafiador, a avaliação é de que os fatores negativos já estão precificados na ação. Portanto, com isso o banco estatal pode iniciar uma trajetória de recuperação mais consistente a partir do próximo ano.
Projeções até 2026
Com a expectativa de melhora no custo de risco, o Citi projeta um lucro líquido de R$ 29,3 bilhões para o Banco do Brasil em 2026.
Ademais, a recomendação positiva também se apoia na assimetria de preços: enquanto o mercado precificava riscos elevados, a instituição vê espaço para revisões otimistas.
Por fim, para os analistas a mudança de recomendação reflete não apenas a conjuntura econômica, mas também a resiliência do Banco do Brasil diante de choques fiscais e climáticos que atingiram o setor agrícola.