Futuro digital

Citi quer criar um “Pix global” com blockchain e stablecoins

Banco aposta em tokenização para liderar pagamentos internacionais 24h por dia e vê Brasil como referência em inovação financeira.

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citibank raizen
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  • Citi aposta em tokenização e stablecoins para criar um “Pix global” de transferências internacionais
  • Reguladores nos EUA, China e Europa aceleram regras para viabilizar plataformas globais
  • Brasil é visto pelo banco como referência em inovação financeira e inclusão digital

O Citi está apostando suas fichas em um futuro onde transferências internacionais de dinheiro sejam tão rápidas quanto um Pix no Brasil. A estratégia envolve blockchain, stablecoins e um arcabouço regulatório que permita a interoperabilidade entre diferentes países e sistemas.

Segundo Steve Donovan, head de serviços para a América Latina, a ambição é clara: movimentar recursos em qualquer parte do mundo, 24 horas por dia, 7 dias por semana, com segurança, escala e integração regulatória.

O “Pix global” em construção

Internamente, o Citi já utiliza seu próprio token para transferências entre países. O próximo passo é integrar essa plataforma com outros sistemas digitais, abrindo espaço para o uso de stablecoins.

O desafio, segundo Donovan, é superar a fragmentação atual do sistema financeiro, que conta com múltiplas infraestruturas de mercado em diferentes jurisdições e prazos de liquidação distintos.

A tokenização surge como solução ideal para unificar esse processo, mas depende de clareza regulatória e de mudanças culturais entre clientes e instituições financeiras.

Stablecoins, regulação e o papel do Citi

Nos EUA, o avanço regulatório ganhou força com a aprovação do Genius Act, enquanto China e Europa aceleram seus próprios marcos para não ficarem atrás. A CEO do Citi, Jane Fraser, já confirmou que o banco estuda a emissão de stablecoins próprias e depósitos tokenizados, além de oferecer serviços de custódia de criptoativos.

Donovan, por sua vez, afirma que o Citi não vê fintechs de cripto como ameaça, mas como parceiras complementares, capazes de operar a “última milha” das transações.

“O papel do Citi é extremamente relevante. Nossa presença global nos permite movimentar dinheiro em mais de 140 países com facilidade. Agora, queremos fazer isso em tempo real, em todos os mercados do mundo”, disse o executivo.

Brasil como referência mundial

Para Donovan, o Brasil tem se tornado um laboratório de inovação financeira. A experiência com o Pix, o avanço do open finance e o debate regulatório sobre stablecoins colocam o país na dianteira dessa transformação.

“O Brasil é a Singapura da América Latina”, afirma o executivo. Ademais, segundo ele a agenda de inovação brasileira já inspira outros mercados a replicar modelos de inclusão e digitalização financeira.

Donovan destaca ainda que o entusiasmo com esse cenário é tamanho que ele mal consegue dormir à noite, dada a velocidade das transformações. Por fim, para o Citi trata-se de uma oportunidade única de moldar o futuro do sistema financeiro global.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.