
- Perdas: até 93% em COEs da XP; quase zero no BTG após marcação.
- Gatilhos: crise e possível RJ da Ambipar acionaram cláusulas e marcação.
- Risco real: COE depende do crédito do emissor e não tem FGC.
Investidores de COEs atrelados à Ambipar (AMBP3) amargam perdas severas. A XP informou a liquidação antecipada de emissões feitas até 18 de março de 2024, pagando 6,88% do valor aplicado. No BTG Pactual, os COEs passaram a ser marcados a mercado, refletindo cotações próximas de zero, após o agravamento do risco de crédito da companhia.
O estouro ocorreu com a escalada da crise financeira da Ambipar e a tutela cautelar contra credores obtida no fim de setembro, que elevou a probabilidade de recuperação judicial. Desde então, as ações caíram mais de 90% em dez pregões e os bonds atrelados às estruturas perderam preço rapidamente.
O que cada casa fez
A XP acionou cláusulas de vencimento antecipado previstas no DIE e liquidou os COEs com pagamento único de 6,88%.
O BTG ajustou a metodologia de marcação, espelhando o valor de mercado dos instrumentos de hedge.
Assim, os extratos passaram a exibir valores próximos de zero.
Por que os COEs desabaram
Os certificados “bonds repack” reempacotam títulos de dívida externa da Ambipar.
Com a chance de RJ e dúvidas sobre pagamentos, os bonds despencaram.
Portanto, as estruturas perderam valor. Além disso, os COEs não têm FGC e carregam risco de crédito do emissor.
Reações e queixas
Relatos no Reclame Aqui e em grupos de investidores apontam surpresa com as perdas e alegações de má orientação.
Alguns tentaram resgatar antes e ouviram que não havia liquidez. XP e BTG foram procurados, mas não se pronunciaram.
O que o investidor precisa saber agora
Sem garantia do FGC, o investidor pode perder tudo em caso de default.
COE é produto complexo, de baixa liquidez e com retorno incerto.
Em eventos de crédito, gatilhos podem antecipar vencimentos ou impor marcação a mercado.