Projeções frustradas

Comprou ações da Vale? Esta notícia é ruim pra você

Mineradora vê lucro encolher 20% em um ano e os analistas alertam para riscos da economia chinesa, câmbio e ações judiciais.

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Vale - Crédito: Shutterstock
Vale - Crédito: Shutterstock
  • Chuvas intensas reduzem o volume extraído e impactam vendas
  • Lucro e Ebitda abaixo das estimativas do mercado e dos grandes bancos
  • China, dólar e ações judiciais desafiam os resultados futuros da companhia

A Vale (VALE3) deve reportar um lucro líquido de apenas US$ 1,33 bilhão no primeiro trimestre de 2025. Contudo, uma queda significativa em relação aos US$ 1,67 bilhão registrados no mesmo período do ano anterior.

O número reflete um cenário desafiador para a mineradora, que enfrentou queda na produção de minério de ferro e preços mais baixos, segundo projeções de grandes bancos como Citi, Goldman Sachs e Santander.

A divulgação oficial dos resultados financeiros está programada para esta quinta-feira (24), após o fechamento do mercado. Analistas já antecipam um balanço pressionado por fatores operacionais e macroeconômicos.

Produção e vendas afetadas pelo clima

A produção de minério de ferro da Vale totalizou 67,7 milhões de toneladas no primeiro trimestre. Dessa forma, ma queda de 4,5% em comparação com o mesmo período de 2024. O volume foi impactado diretamente pelos elevados níveis de chuva que atingiram o Sistema Norte, principal polo de extração da companhia.

Apesar disso, as vendas da commodity somaram 66,1 milhões de toneladas, um aumento anual de 3,6%, impulsionado pela estratégia da Vale de utilizar estoques avançados e otimizar a cadeia logística. Ainda assim, o preço médio realizado por tonelada ficou em US$ 90,8, valor considerado abaixo do ideal pelos analistas do Santander, que esperavam US$ 93,9.

Lucro e Ebitda abaixo das expectativas

A combinação entre queda de produção, preços mais baixos e custos operacionais pressionou os resultados da Vale. O Santander projeta um Ebitda ajustado de US$ 3 bilhões, enquanto o consenso da Bloomberg indicava US$ 3,3 bilhões. No mesmo período de 2024, a empresa havia registrado Ebitda de US$ 3,43 bilhões.

O Goldman Sachs reforçou a visão pessimista e reduziu sua estimativa de Ebitda em 2%, considerando também o fraco desempenho das vendas de pelotas e níquel. Para o Citi, a produção veio levemente abaixo do esperado, o que levou o banco a cortar a estimativa de lucro para US$ 1,33 bilhão no trimestre.

Perspectivas desafiadoras para este ano

Os analistas apontam uma série de riscos no horizonte da Vale. O Goldman Sachs destacou a possibilidade de uma desaceleração mais intensa da economia chinesa, o que pode derrubar ainda mais os preços do minério de ferro.

Além disso, a valorização do real frente ao dólar tende a corroer a competitividade das exportações da companhia.

Outro fator de preocupação são eventuais novas ações judiciais relacionadas à Samarco, que podem elevar as provisões da mineradora. O desempenho decepcionante nos segmentos de cobre e níquel, aliados a um ritmo lento de recuperação da demanda global por metais básicos, adiciona mais incertezas aos próximos trimestres.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.