Mercado em choque

Copasa (CSMG3) dispara 100% e privatização muda tudo para 2026

BBI vê forte chance de privatização e projeta novos valores para as ações.

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Copasa 1
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  • Copasa (CSMG3) sobe 100% em 2025 com privatização quase confirmada.
  • BBI projeta preço-alvo de R$ 56 e admite cenário otimista de R$ 80.
  • Governo de MG acelera venda para cumprir obrigações fiscais em 2026.

A Copasa (CSMG3) se tornou um dos papéis mais comentados da bolsa depois de avançar cerca de 100% em 2025, impulsionada pela expectativa de privatização. O movimento ganhou força com a intensificação das articulações do governo mineiro, elevando a confiança do mercado.

Mesmo com esse salto expressivo, o Bradesco BBI manteve recomendação neutra, mas ajustou suas projeções para refletir uma probabilidade de 99% de privatização, atualizando o preço-alvo para R$ 56 e reforçando o interesse crescente dos investidores.

Privatização da Copasa domina as projeções

O BBI afirma que o avanço político em Minas Gerais colocou a privatização praticamente no radar para o 1T26, o que sustenta o forte otimismo em torno de CSMG3.

Além disso, melhorias regulatórias introduzidas pela ARSAE devem permanecer mesmo se o processo atrasar, o que reduz riscos estruturais. Assim, a companhia ganha previsibilidade operacional e mais segurança sobre receitas futuras.

Dentro desse cenário, o banco projeta CAGR de 17% para o Ebitda e 16% para o LPA entre 2025 e 2030, impulsionados pela redução das despesas e pela incorporação anual de capex ao RAB, modelo semelhante ao da Sabesp (SBSP3). A Copasa também deve manter um pagamento recorrente de 75% do lucro em dividendos, o que eleva o dividend yield de maneira contínua até 2029.

O BBI reforça que, mesmo mantendo recomendação neutra, o cenário positivo torna os retornos da companhia mais atraentes e sustenta o interesse dos investidores focados em renda e crescimento.

Cenários: do pessimismo ao potencial explosivo

No cenário otimista, com a Copasa privatizada, o valor justo ao final de 2026 poderia chegar a R$ 80 por ação, um potencial de alta de 92%.

Esse avanço ocorreria com cortes operacionais mais profundos, redução da taxa de desconto e crescimento acelerado dos dividendos, que reforçariam o valuation. Dessa forma, o ativo se tornaria um dos mais rentáveis do setor de saneamento.

copasa programa de investimento
O banco vê alta relevante para a Copasa com a privatização e perdas moderadas sem ela, considerando improvável o cenário negativo.

No cenário pessimista, a privatização seria cancelada ou adiada, mantendo a companhia como estatal. Mesmo assim, o preço justo estimado é de R$ 32, uma queda relativamente moderada de 24%, já que várias melhorias regulatórias seguirão válidas. Isso reduz a volatilidade e adiciona estabilidade mesmo num quadro desfavorável.

O banco considera improvável esse cenário negativo, dado o ritmo acelerado das negociações políticas e a mobilização do governo estadual.

Governo acelera venda para fechar contas

A movimentação do governo de Minas Gerais é explicada pelas dificuldades fiscais acumuladas ao longo dos anos, com uma dívida superior a R$ 150 bilhões com a União. Para cumprir compromissos de 2026, o estado busca levantar recursos e, por isso, pretende vender grande parte de sua participação de 50,1% na Copasa. A operação também faz parte das negociações mais amplas envolvendo ativos estaduais.

A Copasa não será usada diretamente na amortização da dívida, porém sua venda é vista como essencial para equilibrar o caixa e cumprir obrigações de investimento exigidas no acordo com o governo federal. Nesse processo, MG deve manter entre 10% e 15% das ações, com limite reduzido de votos.

Outro ponto crítico é o novo contrato de concessão com Belo Horizonte, responsável por um terço da receita da companhia. Esse acordo inclui uma caução entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. Além disso, o valor deve integrar o RAB e servir de referência para outras 636 cidades atendidas pela Copasa.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.