
A Copel (CPLE6) anunciou que seu conselho de administração aprovou, por unanimidade, a migração da companhia para o Novo Mercado da B3 — segmento que exige os mais altos padrões de governança entre as empresas listadas.
O plano prevê a conversão de todas as ações preferenciais (PN) em ações ordinárias (ON). Para isso, os acionistas de PN receberão uma ação ON mais R$ 0,7749 por ação PN, o que representa um prêmio de 6,7% com base no preço de fechamento do dia anterior ao anúncio. O valor adicional será pago por meio de uma ação preferencial resgatável.
Segundo relatório do BTG Pactual, a proposta de conversão ficou em linha com as sinalizações anteriores da administração da Copel, que vinha indicando que o prêmio ficaria entre 0% e o máximo de 10% referente à diferença de dividendos entre as ações PN e ON — conforme previsto no estatuto social da companhia.
Na prática, a diferença entre os papéis já refletia esse cenário, com um spread de 7,9% no fechamento do pregão anterior ao anúncio.
“A proposta é razoável, já precificada pelo mercado e representa um avanço importante rumo à simplificação da estrutura societária”, avalia o BTG.
Cronograma e aprovação
A conversão ainda precisa ser aprovada em Assembleia Geral Extraordinária, marcada para o próximo 4 de agosto, e também pelos acionistas PN e detentores de dívida. O BNDESPAR, maior acionista preferencial da companhia, com 31% das PNs, será peça-chave nesse processo.
A expectativa da administração é que a operação seja concluída no quarto trimestre de 2025.
Governança fortalecida na Copel
A migração para o Novo Mercado deve ampliar o interesse da base de investidores, principalmente estrangeiros, além de melhorar a liquidez das ações.
A conversão também equaliza os direitos dos acionistas, dando voto aos atuais detentores de PN e, ao mesmo tempo, potencialmente aumentando os dividendos por ação para os ONs, já que haverá apenas uma classe de ativos em circulação.
Alocação eficiente de capital
O custo estimado da operação — R$ 1,3 bilhão — será financiado sem afetar a política de dividendos da Copel, que mantém um payout mínimo de 75% e um compromisso de atingir alavancagem de 2,8x dívida líquida/EBITDA em até 24 meses.
A companhia reforçou que está confortável em operar temporariamente na extremidade superior da faixa de alavancagem (até 3,1x), desde que haja convergência para o nível-alvo no prazo estabelecido.
“Trata-se de uma excelente alocação de capital, que fortalece a estrutura da companhia sem gerar diluição ou comprometer seus compromissos financeiros”, resume o BTG Pactual.