Capital global

Corte de juros nos EUA: veja quais setores da Bolsa brasileira podem disparar

Histórico mostra que Ibovespa tende a ter retornos médios acima de 30% em um ano após início de ciclo de queda do Fed; propriedades comerciais e mineração estão entre os destaques.

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bolsa em alta 2020
bolsa em alta 2020
  • Ibovespa tem histórico de forte valorização (+32% em reais e +41% em dólares) nos 12 meses após cortes do Fed.
  • Propriedades comerciais, mineração e transportes são os setores mais beneficiados no curto prazo.
  • Educação e construção civil aparecem entre os setores mais penalizados, refletindo restrições domésticas de crédito.

O Federal Reserve (Fed) reduziu nesta quarta-feira (17) os juros em 0,25 ponto percentual, movimento que abre espaço para mais liquidez global. Historicamente, esse tipo de decisão beneficia diretamente mercados emergentes como o Brasil. Segundo estudo da XP Investimentos, o Ibovespa acumula em média +32,1% em reais e +41,2% em dólares nos 12 meses seguintes ao início de um ciclo de cortes do Fed.

Nesse sentido, ainda que no ciclo mais recente (setembro de 2024) o retorno tenha sido de apenas 8,8%, bem abaixo da média, a XP destaca que a Bolsa brasileira segue sendo uma das maiores beneficiadas quando o banco central americano reduz juros, superando inclusive benchmarks globais como o MSCI Emerging Markets.

Setores mais beneficiados

Logo após o corte, propriedades comerciais são historicamente o setor que mais se valoriza, com avanço médio de 5,4% apenas na primeira semana. Esse desempenho reflete a percepção de maior apetite por risco e fluxo para ativos de maior volatilidade.

No horizonte de três meses, setores ligados a commodities como mineração e siderurgia (+9,9%) e transportes (+8,6%) também aparecem entre os maiores ganhadores. O movimento costuma ocorrer porque, com o dólar mais fraco, aumenta a demanda global por matérias-primas e exportações brasileiras.

Já no acumulado de três meses, setores como educação (-18,2%) e construção civil (-8,0%) aparecem como os mais prejudicados, refletindo a sensibilidade às condições locais de crédito e endividamento.

Brasil x mundo

De acordo com a XP, o MSCI Brasil superou com folga o desempenho do índice de mercados emergentes em ciclos anteriores de corte nos EUA, registrando em média +34% em um ano após o início do processo.

Isso reforça o papel do Brasil como um dos destinos preferenciais do capital estrangeiro em períodos de maior liquidez global.

Por fim, no curto prazo o movimento tende a fortalecer o real e impulsionar setores exportadores. No entanto, analistas alertam que a reação também dependerá da política fiscal doméstica e do apetite do investidor estrangeiro por risco.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.