
A Cosan (CSAN3) tem divido opiniões entre analistas, após seu balanço financeiro do 1° trimestre de 2025 (1T25). Para o BTG Pactual, as ações da companhia estão 39% abaixo de seu valor justo, e a empresa pode reagir se mantiver o ritmo de reestruturações e desinvestimentos.
Já a XP Investimentos destaca que, embora a holding tenha reduzido fortemente sua dívida com a venda da participação na Vale, os desafios operacionais continuam significativos, especialmente com a Moove impactada por um incêndio e a Raízen (RAIZ4) ainda em fase de turnaround.
Essa análises surge após a Cosan reportar um prejuízo líquido de R$ 1,788 bilhão no 1T25. O número marca uma deterioração expressiva frente ao prejuízo de R$ 192 milhões registrado um ano antes.
O EBITDA (lucro antes juros, impostos e amortizações) ajustado caiu 30,6%, totalizando R$ 5 bilhões, enquanto a receita líquida recuou 2%, para R$ 9,66 bilhões.
Análise do BTG sobre a Cosan
Apesar do prejuízo bilionário, o BTG Pactual manteve recomendação de compra para CSAN3, com preço-alvo de R$ 23,00, o que representa um upside de 39% sobre a cotação atual.
Segundo os analistas, o desconto no valor de mercado já embute parte dos riscos — e o histórico da Cosan de tomar decisões rápidas pode ser a chave para a virada.
“Nossa compra continua na esperança de que o recente senso de urgência prevaleça na agilidade para lidar com essas questões, da mesma forma que a administração experiente da Cosan demonstrou ao longo dos anos”, escreveu o banco.
Dívida em declínio
Um dos pontos de alívio no primeiro trimestre da Cosan foi a redução da dívida líquida corporativa de R$ 23,5 bilhões para R$ 17,5 bilhões, uma queda de 25,5%, graças principalmente à venda da participação de 4,1% na Vale, que rendeu R$ 8,9 bilhões.
Além disso, a Cosan resgatou ações preferenciais e reduziu o custo médio da dívida para CDI + 0,9% — o mais baixo dos últimos ciclos.
Mesmo assim, o BTG Pactual alerta: a Cosan ainda precisa encontrar um equilíbrio delicado entre caixa, dividendos e dívidas.
Com uma estimativa de R$ 3,5 bilhões em pagamentos anuais de dívida e entrada de dividendos em R$ 2,5 bilhões, a empresa segue sob pressão.