Recuo

Crédito em queda? BB (BBAS3) reduz desembolsos ao agro na safra 25/26 e acende alerta no mercado

Banco do Brasil registra recuo expressivo no volume liberado ao agronegócio, mas mantém expectativa de equilíbrio até julho de 2026.

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banco do brasil GDI
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  • BBAS3 libera R$ 85 bi ao agro, abaixo dos R$ 105 bi da safra anterior.
  • Investimentos da agricultura empresarial recuam até 40% com juros altos.
  • Banco mantém expectativa positiva e oferta total de R$ 230 bi para a safra.

O Banco do Brasil (BBAS3) desembolsou R$ 85 bilhões em financiamentos ao agronegócio na safra 2025/26, volume menor que os R$ 105 bilhões do mesmo período anterior. O número considera crédito rural, CPRs, giro e operações da cadeia do agro realizadas entre julho e novembro.

Apesar do recuo, a instituição projeta recuperação no ritmo de liberações ao longo da safra, que segue até julho de 2026, apoiada no avanço de pedidos que já estão em análise.

BB mira recomposição no crédito

Nas operações estritamente de crédito rural, o banco registrou R$ 78,3 bilhões, abaixo dos R$ 96 bilhões do ciclo passado.

Assim, mesmo com a desaceleração, o BB reafirma a oferta total de R$ 230 bilhões para a safra atual, valor 2% superior ao desembolsado em 2024/25.

Por fim, o vice-presidente Gilson Bittencourt projeta uso integral de várias linhas e possível remanejamento entre modalidades.

Agricultura empresarial perde força

Do total disponível, R$ 106 bilhões vão para a agricultura empresarial e R$ 54 bilhões para a agricultura familiar.

Ademais, o banco identifica queda de 35% a 40% no apetite por novos investimentos entre grandes produtores, consequência dos juros elevados e da rentabilidade estabilizada.

Desse modo, a demanda por crédito a taxas livres também recuou. Já o desempenho do Pronamp e da agricultura familiar está dentro do esperado.

Safra avança sem grandes riscos

O BB acompanha possíveis efeitos do La Niña, embora avalie cenário positivo para o progresso da produção.

Além disso, as projeções do IBGE e da Conab apontam estabilidade na safra, com área plantada dentro do previsto.

Portanto, os preços agrícolas retornam aos níveis históricos, o que pressiona regiões de alto custo de produção, mas não altera a expectativa geral de produtividade.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.