
- Ibovespa recua para 134,4 mil pontos, pressionado por quedas em Petrobras e Vale, com volatilidade em alta
- Dólar cai para R$ 5,63 e juros futuros sobem, em meio a temores fiscais e instabilidade no cenário macroeconômico
- 3G Capital anuncia compra da Skechers por US$ 9,4 bilhões, impulsionando ações da marca esportiva no pré-mercado
A semana começou com alta tensão nos mercados financeiros brasileiros. O Ibovespa operou em forte queda na manhã desta segunda-feira (5), atingindo a mínima de 134.463 pontos, com recuo de 0,50%, enquanto o dólar comercial recuou a R$ 5,63 e os juros futuros voltaram a subir, em um sinal claro de aversão ao risco.
A volatilidade dominou o pregão desde a abertura, refletindo preocupações com o cenário político-fiscal doméstico, oscilação nos preços das commodities e tensões no mercado internacional.
Os investidores reagiram a uma combinação explosiva de fatores. Entre os destaques negativos, as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) intensificaram perdas ao longo da manhã, com quedas de 1,25% e 1,62%, respectivamente, puxando o índice para baixo.
Oscilação nos preços
O movimento reflete tanto a oscilação nos preços internacionais do petróleo quanto a percepção de riscos relacionados à política de preços da estatal e sua governança. As empresas do setor de petróleo júnior, como PRIO3 (-1,65%) e BRAV3 (-1,67%), também acompanharam o movimento de baixa.
Outra gigante que pressionou o Ibovespa foi a Vale (VALE3), que começou o dia em leve alta, mas rapidamente virou para queda de 0,08%, negociada a R$ 52,76. A reversão acontece em meio à instabilidade nos preços do minério de ferro e à cautela com o desempenho da economia chinesa, principal cliente da mineradora.
Enquanto isso, os juros futuros passaram a subir, sinalizando preocupação com a trajetória fiscal do Brasil e a possibilidade de aperto monetário mais prolongado. Com isso, o índice de volatilidade VXBR subiu 1,76%, batendo os 16,74 pontos, refletindo a instabilidade do mercado nesta manhã.
Positivas
Em meio ao turbilhão, alguns papéis conseguiram se destacar positivamente. O setor varejista abriu com força, com destaque para AMER3 (+3,41%), AZZA3 (+2,08%) e LREN3 (+1,28%), impulsionadas por expectativas de melhora nas vendas e na confiança do consumidor. Siderúrgicas também mostraram fôlego, com CSNA3 subindo 1,18% e USIM5 avançando 0,72%.
Outro destaque foi a volta de ações como Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) à carteira do Ibovespa. A primeira iniciou o dia com alta de 1,08%, enquanto a segunda teve queda de 0,28%. Dessa forma, refletindo ajustes dos investidores à nova composição do índice.
Mas a grande surpresa veio do mercado internacional: a 3G Capital, liderada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, anunciou a aquisição da Skechers por US$ 9,4 bilhões.
A notícia levou as ações da fabricante de calçados esportivos a disparar quase 26% no pré-mercado. Dessa forma, atingindo US$ 62,10, e reacendeu discussões sobre o apetite global da gestora brasileira.
Diante desse cenário, o investidor brasileiro inicia a semana sob alerta. O ambiente segue marcado por incertezas, alta volatilidade e movimentos bruscos. Dessa forma, exigindo atenção redobrada e estratégias bem calibradas para lidar com os riscos e aproveitar oportunidades pontuais.