Tarifas da discórdia

Crise à vista? México mira carros chineses e pode desencadear guerra comercial

Plano de elevar tarifas em até 50% coloca México e China em rota de colisão, com risco de retaliação dura.

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  • México propõe tarifas de até 50% sobre veículos fabricados na Ásia.
  • China reage com ameaça de retaliação e acusa alinhamento aos EUA.
  • Decisão final depende do Congresso mexicano e pode impactar preços e alianças comerciais.

A relação comercial entre China e México entrou em choque. Nesta sexta-feira (12), um porta-voz chinês afirmou que o país latino-americano deve “pensar duas vezes” antes de aprovar tarifas de até 50% sobre carros asiáticos. A medida faz parte do plano orçamentário mexicano para 2026 e ainda precisa do aval do Congresso.

O alerta é mais um episódio da disputa global pelo mercado automotivo. A indústria chinesa, líder em carros elétricos, enfrenta resistência em vários países. Para Pequim, a iniciativa mexicana não só prejudicaria as exportações, como também mostraria aproximação excessiva com os EUA.

O plano tarifário do México

O governo mexicano propôs elevar tarifas de veículos asiáticos para até 50%. A ideia, segundo autoridades, é proteger a indústria local e garantir espaço às montadoras já instaladas no país.

Essa mudança, no entanto, atinge diretamente as marcas chinesas, que nos últimos anos aumentaram fortemente sua presença no mercado latino-americano. O avanço se deu com preços competitivos, sobretudo em carros elétricos.

Para entrar em vigor, o plano precisa da aprovação do Congresso mexicano. O tema deve gerar debate entre defensores do livre comércio e setores que pedem mais proteção à produção doméstica.

A resposta da China

Um porta-voz do governo declarou que tarifas unilaterais seriam vistas como gesto de “apaziguamento aos EUA”. Dessa forma, Pequim deixou claro que poderá retaliar o México.

A reação segue a mesma linha adotada em disputas comerciais com a União Europeia e os Estados Unidos. Em todas essas situações, Pequim acusa rivais de praticar protecionismo sob a justificativa de defender a indústria local.

Com isso, a pressão aumenta. O sinal é de que a China não recuará diante de barreiras que possam afetar sua posição no setor automotivo global.

Impactos possíveis

Se as tarifas forem aprovadas, o mercado mexicano pode sentir os efeitos rapidamente. Carros podem ficar mais caros, a oferta pode diminuir e as vendas podem perder ritmo.

Além disso, a medida sinalizaria uma aproximação maior entre México e EUA. Ao mesmo tempo, afastaria a China, que nos últimos anos investiu pesado no país latino-americano.

Especialistas avaliam que essa disputa pode redefinir alianças estratégicas na América do Norte. O resultado deve afetar não só preços, mas também o fluxo de investimentos internacionais.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.