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CSAN3 pode disparar até 325% mesmo com prejuízo recorde; entenda por quê

Holding de Rubens Ometto enfrenta pressão com Raízen, mas analistas apostam em turnaround e potencial explosivo de valorização.

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cosan padrao2024
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  • Cosan registrou prejuízo de R$ 946 milhões no 2T25 e dívida líquida de R$ 17,5 bilhões
  • Raízen segue como maior entrave, mas Moove surpreendeu com indenização de seguro
  • Bancos projetam alta de até 325% nas ações CSAN3, com gatilho na desalavancagem

A Cosan (CSAN3) registrou prejuízo líquido de R$ 946 milhões no segundo trimestre de 2025, uma piora de mais de 316% frente ao mesmo período de 2024. Os números refletem o peso da alavancagem e a fragilidade de subsidiárias como a Raízen (RAIZ4). Ainda assim, bancos como BTG Pactual, Itaú BBA e XP mantêm recomendações de compra e projetam ganhos que podem chegar a 325% nos próximos 12 meses.

O contraste entre o rombo do balanço e o otimismo das casas de análise expõe o momento crítico da holding de Rubens Ometto: ou a companhia acelera medidas de desalavancagem e reestruturação, ou continuará a ver suas ações pressionadas na B3.

O balanço do 2T25: prejuízo e dívida pesada

O resultado de R$ 946 milhões negativos veio acompanhado de uma dívida líquida de R$ 17,5 bilhões. Apesar da pressão, a Cosan não tem vencimentos relevantes antes de 2028 e conseguiu manter o índice de cobertura de juros em 1,2x.

Analistas destacam que o maior problema continua sendo a Raízen, cujo Ebitda caiu 23% em base anual, puxado por menor volume de venda de cana e aumento do endividamento.

Enquanto isso, a Moove surpreendeu positivamente ao reconhecer indenizações parciais pelo incêndio em sua fábrica, no Rio de Janeiro. O ganho inflou o Ebitda ajustado para R$ 505 milhões, bem acima do consenso de mercado. Sem esse efeito, porém, o número despencaria 74% frente ao trimestre anterior.

Raízen segue como “calcanhar de Aquiles”

Mesmo com esforços da nova gestão para reverter perdas, a Raízen segue sendo apontada como o maior entrave da Cosan.

O desempenho fraco ofusca os números mais sólidos da Rumo e da Compass, além da redução de 20% nas despesas administrativas da holding.

A queima de caixa operacional, de R$ 2,4 bilhões no trimestre, mostra que a trajetória ainda é desafiadora, mas analistas consideram que o pior já ficou para trás.

Por que bancos seguem otimistas com CSAN3

Apesar da queda de 30% no ano e do fato de a ação ser a segunda maior baixa do Ibovespa em 2025, os bancos enxergam oportunidade na Cosan.

  • XP Investimentos: preço-alvo de R$ 17, alta potencial de 215%
  • Itaú BBA: preço-alvo de R$ 20, valorização estimada em 270%
  • BTG Pactual: projeção mais agressiva, R$ 23, o que seria uma disparada de 325%

O gatilho central, segundo o BTG, será o anúncio de medidas concretas para reduzir a alavancagem. Até lá, manter CSAN3 é uma aposta de confiança na capacidade da gestão em executar vendas de ativos e recuperar subsidiárias.

Ponto crítico: desalavancagem à vista?

O mercado aguarda sinais claros de que a Cosan vai avançar na reestruturação financeira.

A expectativa é que a holding possa vender ativos da Raízen ou da Compass, ou ainda abrir capital da Moove.

Para analistas, o caminho está traçado: a combinação de desalavancagem com redução do desconto de holding pode destravar valor e levar CSAN3 a um dos maiores turnarounds da Bolsa brasileira.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.