
- Gestores da Forpus desembolsarão R$ 1,44 milhão por descumprimento de regras fiduciárias.
- CVM fecha acordos de R$ 1,77 milhão com gestores da Forpus e executivo da Auren (AURE3).
- José Ricardo Elbel Simão, da Auren, pagará R$ 330 mil por falhas em comunicação de fatos relevantes.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) firmou acordo milionário para encerrar dois processos administrativos contra gestores de fundos e um diretor de empresa listada. No total, os compromissos somam R$ 1,77 milhão.
As penalidades atingem dois executivos da Forpus Capital Gestão de Recursos. Além disso, envolvem o diretor de relações com investidores da Auren Participações (AURE3) por falhas de divulgação e gestão.
CVM mira transparência e governança
No primeiro caso, o diretor José Ricardo Elbel Simão, da Auren (AURE3), comprometeu-se a pagar R$ 330 mil para encerrar o processo.
Ele foi acusado de descumprir deveres de comunicação ao mercado, relacionados à forma e ao momento da divulgação de fatos relevantes pela companhia.
A CVM avaliou que a falta de tempestividade na divulgação de informações pode impactar a formação de preços das ações e a confiança dos investidores, o que levou à abertura do procedimento administrativo.
Com o acordo, o executivo evita a continuidade do processo, sem admissão de culpa, mas reconhecendo a gravidade do caso.
Gestores da Forpus fecham acordos de R$ 1,44 milhão
O segundo processo envolve os gestores Francisco Giffoni Meirelles de Andrade e Michel Shirozono, ambos da Forpus Capital, casa especializada em Fundos de Investimento em Ações (FIAs). Cada um pagará R$ 720 mil, totalizando R$ 1,44 milhão.
Segundo a CVM, os dois gestores teriam descumprido regras de conduta fiduciária e de adequação de investimentos. A autarquia reforçou que o acordo administrativo não afasta eventuais obrigações civis ou responsabilidades perante cotistas, mas encerra a apuração regulatória.
A Forpus, conhecida por sua atuação agressiva no mercado de ações, ainda não se manifestou sobre o caso. O acordo faz parte da estratégia da CVM de fortalecer a governança e reduzir litígios no mercado por meio de Termos de Compromisso, instrumento usado para encerrar investigações mediante pagamento e ajuste de conduta.
Estratégia da CVM para agilizar processos
A autarquia tem intensificado o uso dos Termos de Compromisso como forma de resolver casos complexos de maneira rápida e efetiva, evitando longos julgamentos no colegiado.
Nesse sentido, em 2025, o número de acordos desse tipo já supera a média dos últimos cinco anos.
Além disso, essas medidas fazem parte do esforço da CVM em aumentar a transparência e a confiança dos investidores, principalmente em um cenário de maior participação de investidores pessoa física na B3.
Em suma, para o mercado, a autarquia tem sinalizado tolerância zero com falhas de disclosure e conflitos de interesse em gestoras.