- Ações de consumo e varejo em alta: Magazine Luiza (+7,86%) e Casas Bahia (+5,52%) lideram os ganhos, impulsionadas pela queda nos juros
- Juros futuros recuam: Taxas dos DIs caem após dados do Banco Central apontarem desaceleração econômica
- Cenário pode favorecer o setor: Se os juros continuarem em queda, empresas de varejo podem se beneficiar com crédito mais acessível e maior demanda
As ações do setor de consumo e varejo registraram forte alta nesta segunda-feira (17), impulsionadas pela queda nas taxas dos juros futuros.
O índice de consumo (ICON) fechou com valorização de 0,94%, refletindo o otimismo dos investidores com a possibilidade de um cenário econômico mais favorável ao setor.
No Ibovespa, a Magazine Luiza (MGLU3) liderou os ganhos com alta de 7,86%, encerrando o dia a R$ 7,96. Fora do índice, o Grupo Casas Bahia (BHIA3) também teve um desempenho expressivo, avançando 5,52% e fechando a R$ 3,25.
Outras empresas do setor, como Vamos (VAMO3), CVC (CVCB3) e Assaí (ASAI3), também registraram ganhos significativos.
Queda nos juros futuros
A valorização das ações de consumo e varejo ocorreu em meio à forte queda das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs), que refletem as expectativas do mercado para os juros no futuro.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2026 recuou para 14,67%, ante 14,794% no fechamento anterior.
Da mesma forma, o DI para janeiro de 2027 caiu para 14,575%. Enquanto, os contratos mais longos, como janeiro de 2031 e 2033, tiveram quedas expressivas de 26 pontos-base.
Essa redução das taxas de juros favorece empresas do setor de consumo e varejo, que costumam ser sensíveis ao custo do crédito. Com juros menores, o financiamento ao consumidor se torna mais acessível. Dessa forma, incentivando o consumo e beneficiando diretamente as varejistas.
Desaceleração econômica
A queda nos juros futuros veio após a divulgação de dados do Banco Central indicando um desaquecimento da economia brasileira.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um termômetro do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,7% em dezembro, um resultado pior do que a expectativa do mercado, que projetava uma queda de 0,4%.
Esse foi o pior desempenho mensal desde maio de 2023, quando o índice caiu 1,72%. No quarto trimestre de 2024, o IBC-Br registrou estagnação em relação ao trimestre anterior, reforçando os sinais de desaceleração econômica. Na comparação com dezembro de 2023, houve alta de 2,4%.
O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, afirmou que os dados confirmam a tendência de desaceleração da economia.
“O Banco Central está monitorando esses números para entender se essa queda é estrutural ou apenas um ajuste pontual. Mas, com o crescimento menor, a inflação também tende a ceder, o que justifica a queda dos juros futuros”, explicou.
Setor de consumo
Com a queda nos juros e um cenário de menor pressão inflacionária, o setor de varejo e consumo pode continuar registrando bons desempenhos na bolsa.
Empresas como Magazine Luiza, Casas Bahia, Assaí e Lojas Renner tendem a se beneficiar da redução do custo do crédito e do aumento da demanda por consumo financiado.
Se a desaceleração econômica persistir, o Banco Central pode acelerar os cortes na taxa Selic, o que abriria ainda mais espaço para a valorização das ações do setor.
O mercado seguirá atento aos próximos indicadores econômicos para avaliar os rumos da economia e do mercado financeiro nos próximos meses.