
- Itaú e Embraer lideram os destaques: Lucro bilionário e proposta para evitar tarifas impulsionam otimismo com ações.
- PRIO e GPA decepcionam, mas Iguatemi surpreende: Resultados mistos reforçam necessidade de seletividade na Bolsa.
- Fusão e contratos bilionários animam o mercado: MBRF nasce com R$ 152 bi de receita, e Sabesp assina acordo de R$ 3,8 bi com a Vivo.
Lucros bilionários, fusões históricas e contratos milionários movimentam o radar corporativo nesta quarta-feira (6). Os destaques incluem os balanços de Itaú, PRIO, Iguatemi, RD, Cury, Blau e Embraer, além da fusão entre BRF e Marfrig, e um contrato bilionário da Sabesp com a Vivo.
A lista de empresas com novidades ainda traz Suzano, Eletrobras, Braskem, Cogna, Totvs, Minerva e Santos Brasil. A temporada de resultados segue intensa, e os investidores devem redobrar a atenção. As ações dessas companhias podem registrar forte volatilidade nos próximos pregões.
Itaú lidera com lucro e ROE fortes
O Itaú Unibanco reportou lucro líquido recorrente gerencial de R$ 11,5 bilhões no 2T25, um avanço de 14,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número superou a expectativa do mercado, que estimava R$ 11,3 bilhões, segundo a LSEG.
Além disso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) subiu para 23,3%, acima dos 22,4% registrados em 2024 e dos 22,5% do primeiro trimestre. Apenas no Brasil, o ROE do banco chegou a impressionantes 24,4%.
Com esses resultados, o Itaú reforça sua posição de liderança no setor bancário, ficando à frente de rivais como Santander (16,4%) e Bradesco (14,6%). A performance pode gerar um “carrego positivo” nas ações, segundo analistas.
Embraer ajusta números e propõe ofensiva nos EUA
A Embraer divulgou lucro de R$ 675 milhões no segundo trimestre, já com ajustes contábeis. Embora o resultado chame atenção, a notícia mais estratégica foi a proposta da empresa ao governo americano para fabricar o cargueiro KC-390 nos Estados Unidos.
Além disso, a iniciativa busca evitar a tarifa de 10% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Embora os aviões da Embraer tenham sido poupados de uma alíquota de 40%, ainda permanecem sob essa tributação menor.
Desse modo, se aprovado, o projeto representará investimento de US$ 500 milhões e pode gerar cerca de 2 mil empregos diretos. A Embraer já possui duas fábricas nos EUA e responde por 10 mil empregos indiretos no país.
PRIO e GPA decepcionam; Iguatemi brilha
A PRIO reportou queda de 54% no lucro líquido, que fechou o 2T25 em US$ 122,5 milhões. O Ebitda caiu 57%, para US$ 260 milhões, e a margem Ebitda desabou para 55%, puxando o papel para baixo.
Ademais, o GPA também apresentou prejuízo, embora menor do que o esperado: R$ 216 milhões, uma redução de 35% ante o 2T24. O Ebitda ajustado cresceu 6,1%, mas ainda não convenceu parte do mercado.
Já a Iguatemi teve desempenho robusto. O lucro líquido ajustado subiu 95,7%, alcançando R$ 208,5 milhões. Portanto, as aquisições dos shoppings Rio Sul e Pátio Paulista ajudaram no avanço, além de datas comemorativas e maior qualificação dos ativos.
Fusão bilionária, contrato e mais balanços
Os acionistas da Marfrig e da BRF aprovaram a fusão que cria a MBRF, gigante com receita combinada de R$ 152 bilhões. A nova empresa terá 38% do portfólio focado em produtos de valor agregado.
Além disso, a Sabesp firmou contrato de R$ 3,8 bilhões com a Telefônica Brasil (Vivo), voltado para infraestrutura e automação. A parceria deve impulsionar o avanço tecnológico da companhia de saneamento.
Por fim, outros balanços chamaram atenção. A RD Saúde lucrou R$ 402,7 milhões (+13%), a Cury avançou 37,5% com lucro de R$ 236,7 milhões e a Blau cresceu 32,7%, com R$ 63 milhões. Eternit, Aura Minerals e BRF também divulgaram números sólidos.