DeFi: 95% dos projetos não geram nem $1000 por mês

O mercado de criptomoedas, avaliado em trilhões de dólares, esconde uma verdade incômoda: a maioria dos projetos gera receitas insignificantes. Um estudo recente da 5 Phút Crypto e Storible, analisando quase 5.000 projetos, expôs essa discrepância alarmante. Os dados, coletados entre fevereiro e março deste ano, mostram que 85% dos projetos de criptomoedas geram menos de US$ 1.000 por mês, independentemente de seu valor de mercado.

Nem os gigantes escapam: Mesmo projetos avaliados em mais de US$ 1 bilhão, supostamente consolidados no mercado, seguem o mesmo padrão. Pasmem, 86% desses projetos também não atingem a marca de US$ 1.000 em receita mensal.

DeFi em alerta vermelho

O cenário é ainda mais crítico no setor de finanças descentralizadas (DeFi), onde 95% dos protocolos geram menos de US$ 1.000 em receita mensal. Essa disparidade entre a capitalização de mercado e a receita real levanta sérias preocupações sobre a sustentabilidade do setor, especialmente em períodos de baixa, quando o entusiasmo dos investidores diminui.

Especulação x Casos de Uso Reais: A pesquisa confirma que a especulação, e não a aplicação prática da tecnologia ou modelos de negócios sólidos, continua sendo o principal motor do crescimento do mercado cripto. Esse cenário lembra bolhas financeiras do passado, colocando em xeque a viabilidade de muitos projetos a longo prazo.

Apesar do panorama geral preocupante, o estudo destaca alguns casos de sucesso. Projetos cripto promissores alcançam US$ 500 milhões em receita anual em menos de seis anos, enquanto empresas tradicionais de tecnologia levam, em média, mais de 12 anos para atingir o mesmo patamar. Essa escalabilidade acelerada se deve à natureza digital dos projetos cripto, que não enfrentam as mesmas barreiras regulatórias, custos de infraestrutura e problemas na cadeia de suprimentos que as empresas tradicionais.

O estudo também desmistifica a ideia de que o lançamento de um token próprio é essencial para o sucesso na Web3. Exemplos como as carteiras MetaMask e Phantom, que geram receita a partir das taxas de transação, e a Photon, que utiliza um modelo de assinatura para seu serviço de ferramentas automatizadas para traders de DeFi, comprovam que existem outros caminhos para a monetização.

Com a crescente participação de investidores institucionais e a regulamentação do setor em andamento, a tendência é que as métricas tradicionais de avaliação de empresas sejam cada vez mais aplicadas ao mercado cripto. Investidores passarão a priorizar projetos com receita real e sustentável, em vez de apostas especulativas de curto prazo. O futuro, portanto, pertencerá não aos projetos com maior valor de mercado, mas àqueles que conseguirem construir modelos de negócios duradouros e escaláveis.

Exceção à regra: A plataforma Pump.fun, focada em memecoins, alcançou US$ 100 milhões em receita em apenas dez meses. Apesar do declínio do mercado de memecoins, a plataforma lançou sua própria exchange descentralizada (DEX), a PumpSwap, que em apenas uma semana atingiu US$ 1 bilhão em volume e gerou US$ 2,1 milhões em receita, mostrando que, mesmo em nichos voláteis, é possível gerar resultados expressivos.