
- Itaú amplia de cinco para dez o número de criptomoedas oferecidas aos clientes
- Banco aposta em segurança e regulação para conquistar investidores receosos
- Estratégia busca reter capital que antes migrava para corretoras especializadas
O Itaú deu um passo ousado no mercado de criptomoedas e anunciou a expansão de sua oferta de ativos digitais. A decisão busca conquistar clientes que antes investiam por meio de corretoras e reforçar a presença do banco nesse segmento em rápido crescimento.
A estratégia vem após estudos internos apontarem alta demanda por investimentos cripto, mas também receio dos clientes em lidar com plataformas externas. Agora, o banco aposta na força da sua marca e na segurança de sua estrutura para atrair investidores de diferentes perfis.
Mais moedas na prateleira
Desde o ano passado, o Itaú já permitia a compra de Bitcoin e Ether pelo aplicativo. A partir da próxima semana, o portfólio vai incluir Ripple, Solana e USDC, além de Chainlink, Avalanche, Litecoin, Aave e Polygon. Assim, o número de moedas disponíveis salta para dez.
Todas as transações poderão ser feitas pelo aplicativo tradicional, com experiência semelhante à aplicação em um CDB. A mudança busca simplificar o acesso, principalmente para quem nunca comprou cripto antes.
Segundo Eric Altafim, diretor de produtos do banco, a novidade responde a pedidos de clientes que queriam investir sem enfrentar os riscos das exchanges e das carteiras digitais externas.
Segurança como diferencial competitivo
Pesquisas do banco mostram que a insegurança com fraudes, ataques hackers e falência de corretoras ainda afasta parte dos interessados. Por isso, o Itaú aposta em um ambiente regulado e na proteção oferecida por sua estrutura.
O banco segue normas rígidas de “conheça seu cliente” e bloqueia transações com ativos suspeitos. Não permite transferir cripto para outras instituições sem conversão prévia em reais, mas já aceita depósitos (wallet in) após comprovar a origem.
Essas medidas querem transmitir confiança para que investidores iniciantes e experientes concentrem seus recursos dentro da própria instituição, reduzindo a fuga para plataformas externas.
Reação à concorrência e novos públicos
A decisão de expandir veio após executivos identificarem perda de recursos para corretoras especializadas. A ideia agora é manter esse capital no banco e diversificar as opções disponíveis.
Guto Antunes, superintendente de digital assets, afirma que o público é variado: alguns buscam proteção do patrimônio, outros apostam no potencial de valorização.
Com Bitcoin e Ether próximos das máximas históricas e valorização de quase 30% no ano, o Itaú acredita que este é o momento ideal para ampliar a aposta no setor.