
O dólar parece ter atingido um novo patamar, desde o início da semana a moeda gira em torno de R$ 5,50. Nesse sentido, investidores e analistas voltam a se perguntar: é hora de comprar ou vender a moeda americana?
A resposta, como de costume no mercado financeiro, não é simples — mas a análise técnica sugere que o momento favorece operações de venda ou realização de lucros, enquanto especialistas mantêm o alerta para possíveis reviravoltas causadas pela fragilidade fiscal do Brasil.
Confira a seguir o melhor a se fazer:
Dólar rompe suporte e pode cair mais, dizem analistas
De acordo com Rafael Perretti, analista da Clear Corretora, a moeda americana rompeu recentemente um suporte técnico importante em R$ 5,60, o que abre espaço para uma nova trajetória de baixa nos próximos dias, caso a movimentação seja confirmada pelos padrões gráficos.
“Se o dólar se mantiver abaixo dos R$ 5,60 e os candles confirmarem esse movimento, podemos ver a cotação caminhar em direção a R$ 5,18”, afirmou Perretti.
A análise técnica reforça a ideia de que a tendência de curto prazo é de desvalorização do dólar frente ao real, criando uma possível janela de oportunidade para quem deseja realizar lucros ou reduzir exposição à moeda americana.
Mas o fiscal pode mudar tudo
Apesar do viés técnico negativo para o dólar, o cenário fiscal brasileiro continua sendo um fator de risco significativo.
O mercado tem acompanhado com atenção as discussões em torno do novo pacote fiscal apresentado pelo governo federal, que inclui aumento de tributos e corte parcial de incentivos — medidas que enfrentam forte resistência no Congresso.
“A trajetória do câmbio depende diretamente do compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas”, alerta Perretti.
Sem um sinal claro de responsabilidade fiscal, o real segue vulnerável a episódios de estresse político ou econômico, o que pode reverter rapidamente o atual movimento de valorização da moeda brasileira.
E agora? Comprar, vender ou manter?
Para o investidor que já possui posição em dólar, uma realização parcial pode ser uma estratégia prudente, aproveitando o recuo recente da moeda.
Já para quem pensa em comprar, o ideal é acompanhar com cautela os próximos desdobramentos fiscais e técnicos, evitando entradas precipitadas em um ambiente ainda volátil.
O que observar nos próximos dias:
- Confirmação da tendência técnica de baixa, com o dólar mantendo-se abaixo de R$ 5,60;
- Evolução das negociações do pacote fiscal no Congresso, especialmente a reação à Medida Provisória que altera tributações;
- Indicadores econômicos locais e externos, como inflação nos EUA e decisões do Federal Reserve (Fed), que podem influenciar a taxa de câmbio globalmente.
- Observar as tensões referentes a Donald Trump: o presidente americano segue em curso com negociações comerciais com a China e outros países. Tensões geopolíticas sempre influenciam a cotação global da moeda.