O dólar comercial fechou a R$6,001 na última sexta-feira (29), registrando uma alta de 0,19% em comparação à semana anterior. O pico da moeda norte-americana foi ainda mais elevado, chegando a R$6,11. No segmento de turismo, a valorização foi de 0,31%, com a moeda alcançando R$6,242. A alta nos valores está relacionada a reações do mercado após o anúncio de mudanças na isenção do Imposto de Renda e o pacote de ajuste fiscal do governo federal, medidas que não agradaram aos investidores.
Para especialistas ouvidos pelo portal UOL, o mês de dezembro promete ser marcado por um cenário de incerteza, com inflação e taxas de juros ainda elevadas. No entanto, a expectativa é de que o câmbio continue volátil e difícil de prever. A principal preocupação dos analistas está relacionada à trajetória da moeda até o fim do ano, que, segundo alguns, pode caminhar para os R$6,50 caso o governo não tome medidas suficientes para conter a inflação.
Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, em entrevista ao portal UOL disse que o mercado de câmbio permanece tenso devido à insatisfação com o pacote fiscal anunciado pelo Executivo.
“A decepção com as medidas transferiu boa parte da pressão para o Congresso e o Banco Central. Para entender os rumos do dólar nos próximos meses, todos os olhos estão voltados para a próxima reunião do Copom, marcada para os dias 10 e 11 de dezembro
Afirma o economista.
Igliori destaca que, para o mercado, a expectativa é de um aumento de pelo menos 0,75 ponto percentual na Selic, além de um comunicado claro do Banco Central sobre o compromisso em combater a inflação, que permanece acima da meta. A ausência de uma resposta eficaz da nova gestão do Bacen pode levar a um agravamento da desvalorização do real, que já afastou a possibilidade de um retorno à cotação de R$ 5,50.
Cenário de incertezas continua até o fim de 2024
A previsão para o final de 2024 é de um cenário cambial volátil, com altas de juros e inflação elevada ainda marcando o ritmo da economia brasileira. Até a reunião do Copom, o mercado deverá “digerir” com mais calma as propostas fiscais, e o impacto da instabilidade política no câmbio será acompanhado de perto.
Em um momento de alta volatilidade, o mercado segue atento aos próximos passos do governo e do Banco Central, na esperança de que medidas mais efetivas possam estabilizar a moeda e melhorar o clima econômico para o próximo ano.