
O dólar abriu o pregão em leve alta nesta sexta-feira (6), refletindo as expectativas de investidores com o Payroll, principal indicador do dia. Por volta das 09:05, a moeda subia 0,03%, cotada a R$ 5,587.
O relatório é considerado o principal termômetro do mercado de trabalho americano. Um resultado fraco pode reforçar apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), pressionando ainda mais o dólar.
Já um dado mais robusto pode trazer de volta a expectativa de manutenção dos juros elevados, o que tende a sustentar a moeda americana.
Na última quinta-feira (5), a moeda norte-americana fechou o pregão em queda de 1,05%, cotada a R$ 5,585.
O que influencia o dólar hoje?
O telefonema entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, sinalizou uma possível reaproximação entre as duas potências, o que animou os mercados e elevou o apetite por risco global.
Com isso, moedas de países emergentes — como o real — ganharam força diante do dólar, impulsionadas também pela alta das commodities no mercado internacional.
Isso porque a melhora no clima geopolítico favorece moedas de exportadores de commodities, como o Brasil. O avanço nos preços de petróleo, minério de ferro e grãos melhora os termos de troca do país e contribui para a entrada de dólares, pressionando a cotação para baixo.
Além disso, indicadores econômicos recentes nos Estados Unidos, referentes ao mês de maio, vieram abaixo das expectativas.
Esse cenário de desaceleração alimenta preocupações sobre os efeitos prolongados da guerra tarifária e enfraquece o dólar frente às demais moedas globais.
A incerteza foi reforçada por discursos de membros do Federal Reserve, que afirmaram que a “perspectiva econômica no país é incerta”, dificultando projeções sobre os próximos passos da política monetária.
Política monetária e o mercado
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou ontem o sétimo corte consecutivo na taxa de juros, mas a presidente Christine Lagarde afirmou que o ciclo de afrouxamento está “quase completo”.
A fala ajudou a valorizar o euro, diante da leitura de que o BCE pode adotar uma postura mais cautelosa daqui para frente.
Enquanto no Brasil, o câmbio também é influenciado por fatores locais, como a expectativa sobre medidas fiscais alternativas à elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).