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Dólar abre em queda com expectativas sobre novo pacote fiscal no Brasil — veja o que mais influencia o câmbio

Esta semana promete indicadores econômicos relevantes para definição da taxa de juros em diversos países

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O dólar abriu em queda nesta segunda-feira (9), com reflexo das expectativas do mercado em torno do pacote fiscal que deve ser anunciado pelo governo federal nos próximos dias, assim como a guerra comercial entre EUA e China. Por volta das 09:07, a moeda registrava recuo de 0,30%, cotada a R$ 5,552.

O que influencia o dólar nesta semana?

A principal influência doméstica no dólar é mesmo a expectativa sobre o pacote fiscal do governo federal. A proposta, foi discutida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com líderes partidários no Congresso na noite de domingo (8).

A princípio, a medida tenta equilibrar uma conta cada vez mais difícil: cumprir a meta fiscal sem desacelerar os gastos públicos.

O mercado, no entanto, segue desconfiado. Parte dessa cautela se deve à reação negativa ao recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de câmbio, que causou ruído entre investidores e operadores.

O governo já sinalizou que pode recuar em parte dessa medida no novo pacote, o que levanta ainda mais dúvidas sobre como fechar a conta sem comprometer o equilíbrio fiscal.

Além disso, propostas controversas estão sendo ventiladas — como o uso do Fundo Garantidor e recursos da exploração do pré-sal —, o que tem gerado preocupação crescente quanto à sustentabilidade da política fiscal no médio prazo.

O pacote, ao que tudo indica, envolverá uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), uma medida provisória e um projeto de lei, o que indica que o embate político no Congresso será intenso e poderá influenciar diretamente o humor do mercado.

Fora do Brasil

No cenário internacional, o dólar vem enfrentando pressão de desvalorização, acumulando uma queda de 9,85% em 2025, reflexo principalmente da guerra tarifária em curso entre China e EUA.

A nova rodada de negociações, que ocorre nesta semana em Londres, alimenta esperanças de uma distensão, mas também reforça o nervosismo enquanto não houver avanços concretos.

Além disso, estamos na chamada “semana de silêncio” nos EUA, período que antecede a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed).

Com os dirigentes do Fed impedidos de se pronunciar, o mercado fica sem sinalizações claras sobre os próximos passos da autoridade monetária, o que aumenta a sensibilidade a qualquer nova informação relevante — seja doméstica ou internacional.

O que rola na semana?

Esta semana promete ser relativamente tranquila em termos de indicadores econômicos, mas ainda assim repleta de divulgações importantes que podem mexer com o mercado global e nacional.

Segunda-feira (9)
A China abre a agenda com dados da balança comercial e Índice de Preços ao Consumidor (CPI), enquanto o Japão divulga seu Produto Interno Bruto (PIB).

Terça-feira (10)
O foco estará no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal índice de inflação brasileiro.

Os números serão cruciais para calibrar as expectativas da próxima reunião do Copom, marcada para o dia 18 de junho, e podem influenciar o debate sobre corte ou manutenção da taxa Selic.

Quarta-feira (11)
No Brasil, o destaque será o fluxo cambial estrangeiro, um termômetro da entrada e saída de capital no país.

Nos Estados Unidos, o mercado se concentra no Índice de Preços ao Consumidor (CPI), principal indicador de inflação, e no Relatório Mensal do Tesouro Nacional, que detalha as finanças do governo americano.

Quinta-feira (12)
A agenda acelera no Reino Unido com a divulgação do PIB, da produção industrial e da balança comercial — dados cruciais para medir o desempenho econômico do país.

No Brasil, a atenção estará voltada para as vendas no varejo. Já nos EUA, o destaque será o Índice de Preços ao Produtor (PPI), importante para avaliar a pressão inflacionária na cadeia produtiva.

Sexta-feira (13)
A semana fecha com dados de produção industrial do Japão e da Zona do Euro, que também divulgará sua balança comercial.

Esses números ajudam a entender a dinâmica econômica nos principais blocos globais.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.