Leve baixa

Dólar ameaça disparar, mas abre em queda com olho em Jackson Hole e crise Brasil-EUA

Moeda americana recua após disparada da véspera; investidores avaliam risco das sanções e aguardam recados do Fed.

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  • Dólar cai na abertura após fechar a R$ 5,50, maior valor em duas semanas
  • Crise entre Brasil e EUA pressiona câmbio e amplia volatilidade do mercado
  • Expectativa sobre discurso de Powell em Jackson Hole guia investidores

O dólar abriu em leve baixa nesta quarta-feira (20), em meio ao impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos e à expectativa global pelo simpósio econômico de Jackson Hole, nos EUA. Às 9h17, a moeda recuava 0,21%, cotada a R$ 5,4919.

O movimento ocorre após a disparada da véspera, quando o dólar saltou 1,19% e encerrou a R$ 5,50, maior patamar em duas semanas. O cenário evidencia a volatilidade causada tanto pela tensão diplomática quanto pelos sinais de política monetária americana.

Impacto da disputa Brasil-EUA

O mercado cambial brasileiro segue sob pressão com a escalada da crise envolvendo a aplicação da Lei Magnitsky e as possíveis retaliações de Washington. A decisão do ministro do STF Flávio Dino, ao limitar a validade de leis estrangeiras no Brasil, gerou receios de sanções que poderiam afetar diretamente bancos e empresas com forte exposição internacional.

Além disso, para investidores, a incerteza aumenta o risco de fuga de capitais e amplia a volatilidade no câmbio. A percepção é de que, enquanto não houver uma definição sobre os próximos passos do governo americano, o real seguirá oscilando em ritmo mais intenso do que seus pares emergentes.

Portanto, essa cautela explica a forte alta de terça-feira, quando os agentes ajustaram posições defensivas em meio à escalada da tensão diplomática.

O peso de Jackson Hole

Além do impasse bilateral, os olhos do mercado global se voltam para o simpósio anual de Jackson Hole, evento organizado pelo Federal Reserve. O encontro reúne economistas e banqueiros centrais de todo o mundo, e costuma trazer sinalizações importantes sobre os rumos da política monetária dos Estados Unidos.

Assim, a expectativa é que Jerome Powell, presidente do Fed, dê pistas sobre os próximos movimentos de juros. Qualquer indício de manutenção das taxas elevadas pode fortalecer o dólar globalmente, pressionando ainda mais moedas emergentes.

No entanto, parte dos analistas acredita que a inflação americana em desaceleração pode abrir espaço para cortes em 2026, o que traria algum alívio para os mercados.

Atuação do Banco Central

O Banco Central brasileiro também atua para suavizar os movimentos no câmbio. Nesta sessão, a autoridade monetária anunciou leilão de até 35 mil contratos de swap cambial tradicional, com vencimento em setembro de 2025. A operação serve para rolar posições e oferecer proteção ao mercado em momentos de maior estresse.

Ademais, apesar da queda inicial, operadores alertam que o dia promete forte volatilidade. Qualquer sinal vindo de Washington ou do simpósio nos EUA pode mudar a direção dos preços rapidamente.

Por fim, para investidores locais, o desafio é conciliar a turbulência política com os fatores externos, em especial a política monetária americana.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.