
O dólar abriu o pregão desta quarta-feira (18) em queda de 0,35%, sob forte expectativa para dois eventos centrais no dia: as decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil. Por volta das 09:05, a cotação da moeda era de R$ 5,478.
Além os investidores monitorarem as decisões para a política monetária, riscos geopolíticos e agenda econômica também contribuem para a formação de um ambiente de volatilidade elevada e movimentos sensíveis no dólar.
Fed no centro das atenções
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) divulga sua decisão de política monetária às 15h (horário de Brasília).
A expectativa predominante é de manutenção da taxa básica entre 5,25% e 5,50%, mas os investidores estarão especialmente atentos ao discurso do presidente do banco central americano, Jerome Powell, a partir das 15h30.
O tom adotado por Powell pode definir o rumo dos mercados nas próximas semanas. Um discurso hawkish (favorável à manutenção de juros elevados) tende a valorizar o dólar, enquanto um tom dovish (indicando proximidade de cortes) poderia pressionar a moeda americana para baixo.
Copom pode surpreender
Já no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga sua decisão às 18h30.
Economistas estão divididos entre a manutenção da Selic em 10,50% e uma alta de 0,25 ponto percentual, diante da recente desvalorização do real, da inflação resistente e da piora na percepção fiscal.
Uma elevação surpresa da Selic pode trazer alívio ao real, ao tornar os ativos brasileiros mais atraentes para investidores estrangeiros.
Por outro lado, uma manutenção sem tom firme pode aumentar a pressão sobre o câmbio, especialmente se o Fed sinalizar juros altos por mais tempo.
Tensão geopolítica adiciona risco
A escalada de tensões entre Irã e Israel também está no radar dos investidores. A ameaça à segurança das rotas comerciais e da produção de petróleo no Oriente Médio eleva o temor inflacionário global e fortalece o movimento de busca por ativos seguros, como o dólar.
Além disso, incertezas sobre tarifas e acordos comerciais alimentam um clima de aversão ao risco nos mercados emergentes, o que pode dificultar a valorização do real, mesmo com fundamentos internos favoráveis.
Agenda econômica do dia
O dia também é marcado por uma série de indicadores econômicos relevantes, que podem interferir nos movimentos do dólar:
- EUA: Pedidos por seguro-desemprego (9h30), decisão do Fed (15h), declaração do FOMC e coletiva de Powell (15h30).
- Brasil: Fluxo Cambial Estrangeiro (14h30) e decisão da Selic (18h30).
- Zona do Euro: Discursos de membros do Banco Central Europeu (BCE) e dados de inflação ao consumidor (CPI de maio).