Dólar em queda

Dólar desacelera abaixo de R$ 6,10 com foco nos dados dos EUA

Investidores monitoram a divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos enquanto analisam a inflação ao produtor no Brasil.

Imagem/Reprodução
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  • O dólar comercial abriu em queda nesta terça-feira (7), cotado abaixo de R$ 6,10, ampliando as perdas da véspera
  • Investidores aguardam a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos, que podem impactar o dólar e as decisões do Federal Reserve
  • No Brasil, a inflação ao produtor subiu 1,23% em novembro, acumulando alta de 7,59% nos últimos 12 meses, influenciando o cenário cambial

O dólar comercial iniciou esta terça-feira (7) em queda frente ao real, sendo cotado abaixo de R$ 6,10. O movimento amplia as perdas da véspera, quando a moeda norte-americana já havia registrado uma desvalorização significativa.

No cenário internacional, o dólar apresenta desvalorização à medida que os investidores aguardam a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos. Enquanto o mercado nacional avalia os números da inflação ao produtor.

Cotação do dólar nesta terça

Às 9h17, o dólar à vista operava com uma desvalorização de 0,25%, cotado a R$ 6,095 na compra e R$ 6,096 na venda.

Já na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,33%, sendo negociado a 6.121 pontos. Na véspera, o dólar à vista fechou com uma queda de 1,11%, encerrando o dia a R$ 6,1143.

A moeda brasileira vem se fortalecendo nas últimas sessões, com o mercado local se ajustando aos dados econômicos divulgados e ao contexto externo.

Dólar no mercado externo e políticas dos EUA

O enfraquecimento do dólar também pode ser observado no mercado externo. No cenário internacional, os investidores estão particularmente atentos à divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos. Que devem, no entanto, fornecer mais pistas sobre a saúde da economia americana e as futuras decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.

O mercado especula se a implementação de tarifas comerciais pelo governo do presidente eleito Donald Trump, que seguem alinhadas com sua retórica de protecionismo, poderiam afetar a inflação interna.

A expectativa é de que tarifas elevadas possam aumentar a inflação nos EUA, o que limitariam a capacidade do Fed de cortar as taxas de juros.

Caso o Fed não consiga reduzir as taxas de juros, isso pode impactar negativamente a força do dólar. Dessa forma, um fator que tem gerado volatilidade nos mercados financeiros. Assim, os investidores permanecem cautelosos, aguardando as ações da nova administração e suas implicações econômicas.

Cenário no Brasil: inflação ao produtor

Enquanto o mercado externo observa atentamente os desenvolvimentos nos Estados Unidos, no Brasil, os números de inflação ao produtor começam a influenciar o cenário cambial.

A inflação ao produtor registrou uma alta de 1,23% em novembro de 2024, frente a outubro, acumulando uma elevação de 7,59% nos últimos 12 meses.

Este é o maior índice desde setembro de 2022, quando a inflação ao produtor havia sido de 9,84%. O acumulado no ano de 2024 já atinge 7,81%.

Esses números são especialmente relevantes, pois indicam pressões inflacionárias que podem afetar a economia brasileira e, por consequência, o mercado cambial.

A inflação ao produtor reflete os aumentos nos custos das empresas, que acabam sendo repassados aos consumidores, impactando diretamente o poder de compra da população.

O aumento da inflação pode dificultar o controle da política monetária do Banco Central e gerar incertezas em relação ao futuro da economia nacional.

Impacto no dólar turismo

Além do dólar comercial, o dólar turismo também registrou variação nesta terça-feira. O preço da moeda estrangeira no mercado de turismo estava sendo cotado a R$ 6,187 na compra e R$ 6,367 na venda.

Essa diferença de preço no mercado de turismo em relação ao mercado comercial reflete a margem adicional aplicada por casas de câmbio e bancos na compra e venda de moeda estrangeira.