
- Dólar abre em alta, cotado a R$ 5,441, diante de tensões globais e impasse comercial.
- Investidores aguardam Jackson Hole e sinais do Fed sobre juros.
- Banco Central realiza leilão de swaps para conter volatilidade.
O mercado de câmbio abriu a terça-feira (19) em clima de apreensão. O dólar à vista registrou alta logo nas primeiras negociações, refletindo não apenas o aumento das tensões geopolíticas, mas também a incerteza sobre os próximos passos da política monetária norte-americana.
Às 9h05, a moeda era negociada a R$ 5,441, com valorização de 0,11% na venda. O movimento ocorre após uma segunda-feira de pressão, quando o câmbio fechou em alta de 0,66%, a R$ 5,4352, consolidando a percepção de risco no ambiente internacional.
Geopolítica e Fed em foco
Os investidores seguem atentos às tensões em diferentes regiões do mundo. Conflitos e impasses comerciais aumentam a busca por ativos considerados mais seguros, como o dólar.
Ao mesmo tempo, o aguardado simpósio de Jackson Hole, que reúne autoridades globais do mercado, mantém os agentes financeiros em compasso de espera. Assim, qualquer sinal sobre a trajetória dos juros pelo Federal Reserve pode mudar a direção do câmbio.
Desse modo, analistas afirmam que, diante da incerteza, a volatilidade tende a permanecer elevada ao longo da semana.
Brasil e EUA em rota de colisão
Outro fator que pressiona o real é o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos. A disputa aumenta a percepção de fragilidade no fluxo de capitais.
Além disso, especialistas destacam que tensões dessa natureza podem reduzir o apetite de investidores estrangeiros, ampliando a pressão sobre a moeda brasileira.
Portanto, a combinação de cenário internacional conturbado e entraves nas relações bilaterais reforça a cautela no mercado local.
Atuação do Banco Central
O Banco Central brasileiro anunciou que realizará, ainda nesta terça-feira, leilão de até 35 mil contratos de swap cambial tradicional.
Ademais, a medida tem como objetivo rolar o vencimento de 1º de setembro de 2025 e suavizar a pressão sobre a taxa de câmbio.
Por fim, apesar da intervenção, analistas avaliam que o espaço de manobra do BC é limitado frente às incertezas externas, que continuam a ditar o rumo do dólar no curto prazo.