Economia americana

Dólar em alta: Mercado reage aos planos tarifários de Trump e dados econômicos

O dólar comercial sobe com o avanço das tarifas de Trump e números sólidos da economia americana, o leilão do BC pode influenciar câmbio.

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  • O dólar comercial sobe 0,41% nesta quarta-feira, cotado a R$ 6,129, impulsionado por notícias sobre as tarifas de Trump e dados econômicos fortes dos EUA
  • Trump considera declarar emergência econômica para justificar tarifas mais altas sobre produtos estrangeiros, impactando mercados globais e pressionando o câmbio
  • Dados positivos dos EUA, como aumento de vagas de emprego e aceleração no setor de serviços, fortalecem a moeda americana e elevam as expectativas sobre a política monetária do Federal Reserve

O dólar comercial opera em alta nesta quarta-feira (8), cotado a R$ 6,129 para a compra e R$ 6,130 para a venda, refletindo o movimento nos mercados globais.

A valorização da moeda americana ocorre em resposta a novas informações sobre os planos tarifários do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Além de dados econômicos sólidos vindos da maior economia do mundo. E, o mercado também aguarda o leilão do Banco Central, que pode trazer mais volatilidade ao câmbio.

De acordo com a CNN, Trump estaria considerando declarar uma emergência econômica nacional nos Estados Unidos. Dessa forma, o que lhe permitiria justificar legalmente a imposição de tarifas de importação mais severas, tanto sobre aliados quanto sobre adversários comerciais.

Essa medida foi vista com cautela pelos investidores, que temem que ela possa agravar ainda mais as tensões comerciais globais e impactar o comércio internacional.

Dólar em alta e movimentação nos mercados

Às 9h14, o dólar à vista registrava uma alta de 0,41%, cotado a R$ 6,129 na compra e R$ 6,130 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento também subia 0,57%, sendo negociado a 6.165 pontos.

O movimento de valorização da moeda americana ocorre após uma leve queda na terça-feira (7), quando o dólar fechou em baixa de 0,14%, cotado a R$ 6,1056.

O cenário externo, com o aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e a reação dos mercados às notícias sobre as tarifas de Trump, tem influenciado diretamente o câmbio.

A expectativa sobre os próximos passos do governo dos EUA tem levado os investidores a ajustar suas apostas no mercado, o que reflete na alta do dólar.

Impacto dos dados econômicos dos EUA

Além das notícias políticas, o mercado reagiu positivamente a dados econômicos dos Estados Unidos. Contudo, que demonstraram uma economia mais robusta do que o esperado.

Em novembro, as vagas de emprego no país aumentaram inesperadamente, enquanto o número de demissões permaneceu baixo. Dessa forma, indicando uma força no mercado de trabalho.

Esses dados sugerem que a economia americana continua a se expandir, o que eleva as expectativas de que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, pode ser menos propenso a reduzir as taxas de juros, como muitos investidores esperavam.

Outra informação relevante veio da pesquisa sobre o setor de serviços, que acelerou em dezembro. E, ainda, a medida de preços de insumos atingiu a maior alta em dois anos, o que pode ser um sinal de pressão inflacionária.

Esses números sugerem que a inflação nos Estados Unidos pode estar se acelerando. O que, por sua vez, pode afetar a política monetária do Fed, com possíveis ajustes nas taxas de juros ao longo do ano.

O aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA é outro reflexo desse movimento, tornando a moeda americana mais atraente para os investidores.

Perspectivas para o mercado de câmbio

O aumento do dólar é um reflexo direto dessas pressões no mercado global e das políticas econômicas adotadas pelos Estados Unidos.

As perspectivas para o câmbio devem continuar sendo influenciadas pelos anúncios sobre as tarifas de Trump, que prometem afetar os fluxos comerciais e provocar retaliações de outros países.

A medida de Trump, caso seja implementada, pode acirrar ainda mais as tensões comerciais e impactar a balança comercial dos EUA, afetando, por consequência, o valor do dólar.

No Brasil, o dólar mais forte pode aumentar os custos das importações e pressionar os preços internos, principalmente em um cenário de inflação ainda preocupante.

O mercado local também estará atento aos movimentos do Banco Central, que fará nesta quarta-feira um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional. Esse leilão visa rolar o vencimento de 3 de fevereiro de 2025 e pode ter impacto na dinâmica do mercado cambial brasileiro.