Cenários

Dólar em queda: Morgan Stanley prevê derretimento da moeda e disparada nas ações dos EUA até 2026

Banco acredita que o ambiente econômico será favorável para o crescimento do mercado acionário e prevê que o índice S&P 500 atinja os 6.500 pontos

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O Morgan Stanley divulgou nesta quarta-feira (21), uma revisão de suas previsões econômicas para os Estados Unidos (EUA) em 2025 e elevou sua recomendação para ações e títulos soberanos norte-americanos.

O banco tem previsão de enfraquecimento do dólar. O Morgan Stanley avalia que a diferença de crescimento econômico entre os Estados Unidos e os demais países do G10 — grupo das dez maiores economias do mundo — vai se estreitar, o que pode desencadear uma desvalorização em cadeia da moeda norte-americana.

“Com a desaceleração do diferencial de crescimento e o adiamento dos cortes de juros, o dólar tende a perder seu apelo”, afirma o relatório.

O cenário traçado pela instituição aponta que os cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), inicialmente esperados para este ano, devem ficar apenas para o segundo semestre de 2026.

Apesar da postergação, o banco acredita que o ambiente econômico será favorável para o crescimento do mercado acionário e prevê que o índice S&P 500 atinja os 6.500 pontos até meados de 2026, um salto expressivo frente aos níveis atuais.

Novo apetite por títulos do Tesouro

Em meio a esse redesenho do cenário macroeconômico, o Morgan Stanley revisou sua posição para títulos soberanos dos EUA, saindo de uma postura neutra para uma recomendação de “overweight” — equivalente a compra.

O movimento reforça a confiança em ativos mais seguros num momento em que o banco projeta uma flexibilização gradual das políticas monetárias.

Serena Tang, estrategista do banco e autora do relatório, afirma que apesar da desaceleração global, o contexto ainda é de expansão.

Para ela, a esperada flexibilização regulatória e monetária nos EUA e em outras economias tende a gerar oportunidades relevantes no mercado de títulos.

Queda é oportunidade, diz estrategista

Mesmo com a recente queda da nota de crédito dos EUA pela Moody’s, que elevou os juros dos títulos de 10 anos para além da marca crítica de 4,5%, o Morgan Stanley recomenda comprar ações americanas em eventuais quedas.

Para Michael Wilson, principal estrategista da instituição, o momento pode ser encarado como janela de entrada para o investidor atento. “Seríamos compradores em qualquer correção que venha após o corte de rating. O cenário segue positivo, especialmente com a trégua comercial com a China, que reduz o risco de recessão”, escreveu em relatório.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.