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Dólar hoje abre em alta: veja o que movimenta a cotação da moeda

Investidores monitoram impacto de tarifas na inflação americana, impasse entre Planalto e Congresso sobre IOF, e agenda carregada de indicadores no Brasil e no exterior

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O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (30), refletindo um cenário externo ainda incerto sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos e turbulências políticas no Brasil. Por volta das 09:15, a moeda subia 0,25%, cotada a R$ 5,50.

A moeda americana reage às expectativas em torno do Payroll, o relatório de empregos nos EUA que será divulgado na quinta-feira (3), e ao embate entre o governo brasileiro e o Congresso Nacional sobre a legalidade do decreto que revogava o aumento do IOF, agora sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).

FED ainda dividido

Lá fora, o mercado do dólar segue atento à política monetária americana. O Federal Reserve (Fed) ainda está dividido sobre quando começar a cortar os juros e quantas reduções ainda cabem neste ano.

As apostas majoritárias indicam dois cortes de 0,25 ponto percentual até o fim de 2025, mas dificilmente algum já na próxima reunião de julho.

O banco central americano quer avaliar melhor os efeitos das tarifas comerciais sobre a inflação e o mercado de trabalho antes de tomar decisões.

O dado mais esperado da semana será o Payroll, que sai na quinta-feira por conta do feriado da Independence Day nos Estados Unidos.

O relatório é considerado o “índice queridinho do Fed”, sendo determinante para a trajetória da taxa de juros. Com os mercados americanos fechando às 13h da quinta-feira e não funcionando na sexta-feira (4), a liquidez pode se tornar mais escassa nos últimos dias da semana, gerando movimentos pontuais no câmbio.

Política e economia pesam no Brasil

Por aqui, o dólar também sente os efeitos da tensão entre Poder Executivo e Legislativo. Resumo:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) decidirá nesta segunda-feira (30) se recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a derrubada do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), rejeitado pelo Congresso.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, deve apresentar uma avaliação jurídica sobre a viabilidade da ação.

Enquanto o governo sinaliza ora moderação, ora confronto, líderes do Congresso — Davi Alcolumbre e Hugo Motta — não foram chamados para diálogo e consideram que recorrer ao Supremo agravaria a crise política.

Sem o aumento do IOF, o governo enfrenta um rombo fiscal, e a decisão de Lula, embora tenha implicações técnicas, será essencialmente política: judicializar ou negociar.

Europa em foco

Na Europa, o destaque do dia vai para o Fórum dos Bancos Centrais em Portugal, que reúne os principais formuladores de política monetária do continente.

Estão previstos discursos de Luis de Guindos (vice do BCE) antes da abertura dos mercados, e da presidente do banco central europeu, Christine Lagarde, às 14h30 (horário de Brasília).

O tom dos pronunciamentos pode afetar o apetite global por risco e o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.